Todo apoio será recompensado

Ex-presidente Cláudio Amantini admite ser ‘doente’ pelo Noroeste e inicia, por conta própria, a mobilização para garantir apoio ao time nos últimos jogos no Paulistão. Neste domingo, contra o Ituano, fora de casa, não será diferente


Cláudio Amantini repete o que fez em 1970 durante festa do centenário do clube, no ano passado
Provavelmente o ex-presidente do Noroeste Cláudio Amantini foi o único a não jogar a toalha após a goleada sofrida contra o Oeste de Itápolis, no último dia 26 de março.

Na ocasião, o time perdeu por 4 a 0 e precisaria de duas vitórias nos últimos três jogos para escapar do rebaixamento. Uma combinação improvável para um time que no campeonato inteiro tinha apenas duas vitórias.

Foi justamente neste momento  que entrou a figura do empresário Cláudio Amantini. Ex-presidente do clube nos períodos de 1970-1972 e 1975-1978, ele se mobilizou para levantar o ânimo da equipe – e dos torcedores, principalmente – nesta reta final do Paulistão.

Para o jogo contra a Portuguesa, a primeira das três “decisões”, ele conseguiu três ônibus para levar os torcedores até São Paulo. Deu certo. O Noroeste surpreendeu e venceu por 2 a 0.

Agora a história se repete e nem mesmo a goleada sofrida contra o São Paulo, desanimou Amantini e a torcida, como comprovam as declarações dos torcedores que estampam as páginas de hoje do BOM DIA.

O ex-presidente novamente se mobilizou e para hoje são  nada menos que dez ônibus com ingressos para os torcedores na partida de hoje, em Itu,  que define a permanência da equipe na Série A-1.

“Eu acho que a gente tem que se mobilizar e ajudar também e não apenas torcer. Essa luta é difícil, mas estou sentindo nos jogadores que eles estão focados para evitar o rebaixamento. A parada é dura, mas o Noroeste sempre se fortalece nos momentos decisivos”, diz o ex-presidente e também sócio vitalício do clube.

A paixão de Cláudio Amantini pelo Noroeste é tamanha que ele próprio a define como uma “doença”. Paixão que o fez cruzar o Parque Antarctica de joelhos quando viu o Noroeste conquistar a segunda divisão do Paulistão em 1970 e poder disputar vaga na primeira divisão com os grandes. Ou então ir abraçar os torcedores que voltaram do jogo contra a Portuguesa, duas semanas atrás.

Neste domingo, quando os ônibus com os torcedores saírem de Bauru rumo a Itu, às 10h30, Cláudio Amantini também estará lá para desejar boa sorte. Ele próprio irá para Itu acompanhar a última partida do Noroeste no atual Paulistão.

Seu palpite? “O Noroeste vai ganhar, pode ficar tranquilo. Eles [os jogadores] também jogarão com a pressão e conseguiremos aproveitar as chances. Vamos sair dessa”, aposta o “doente” pelo Noroeste.
Dois anos em um jogo
O jogo entre Ituano e Noroeste neste domingo, às 16h, no estádio Novelli Júnior, não é o jogo do ano para a equipe bauruense. Na verdade a partida também vale todo o planejamento da próxima temporada.

O time precisa vencer e torcer por um tropeço de São Bernardo ou Linense para continuar na primeira divisão. Qualquer outro resultado derruba o Noroeste novamente para a Série A-2 .

Disputar a segundona no ano que vem será uma volta ao ostracismo, de onde a equipe saiu no ano passado com o vice-campeonato logo no primeiro ano de disputa da segunda divisão após quatro anos na elite.

O clube ficará longe da visibilidade da Série A-1, disputará apenas a Copa Paulista com os outros times do Interior e, consequentemente, perderá receitas no montagem do elenco.

A principal delas é a cota dos direitos de televisão destinada aos times pequenos – neste ano o Noroeste ganhou R$ 1,8 milhão. Como todas as partidas são televisionadas, a equipe também conseguiu um patrocínio a mais do que no ano passado e ainda conseguiu fazer um contrato pontual no jogo contra o São Paulo, na última semana, que foi transmitida para todo o Estado.

A permanência, ou a queda, pode até interferir no planejamento da categoria de base. O técnico Jorge Saran, que comanda o Noroeste nesta reta final do Paulistão, é o treinador do sub-20 e um dos coordenadores da categoria de base. O próprio treinador admite que não sabe o que pode acontecer com ele no segundo semestre.

“Eu sou empregado do Noroeste e estou à disposição do clube. Foi solicitado que eu assumisse a equipe nesta reta final. Se vou continuar ou não só depende da diretoria. Mas o importante é que o trabalho da base continue, com ou sem o Jorge. Se for comigo, vamos seguir o trabalho feito. Não podemos encostar”, afirmou.

Time indefinido / Para salvar as duas temporadas, o técnico Jorge Saran terá dois desfalques. Os zagueiros França – que jogava de volante – e Da Silva estão suspensos.

No lugar de França entra Júlio César, que retorna de suspensão. A dúvida está na zaga. Se o técnico mantiver o esquema de três zagueiros, Matheus será o titular. Outra possibilidade é colocar o meia Thiago Marin e jogar no esquema 4-4-2.

Os próprios jogadores admitem a importância do jogo de hoje para a equipe – e para as próprias carreiras.

“O time não pode cair. Não quero ficar marcado com a queda depois da minha passagem aqui em 2007”, comenta Márcio Gabriel.

Noroeste
André Luís,Cris,Halisson,Matheus (T. Marin),Márcio Gabriel,Tiago Ulisses,Júlio César,Vandinho,Gleidson,Otacílio Neto e Diego.
T: Jorge Saran


Por Gustavo Longo/Bruno Mestrinelli ( Bom Dia Bauru)

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