Atletas alegam que a diretoria do clube bauruense não paga
os salários há dois meses; técnico e gerente promete quitar valores de abril
até segunda
A crise financeira que atinge o Noroeste tem um novo
capítulo. Há dois meses sem receber salários, os jogadores do Noroeste entraram
em greve nesta quinta-feira e se negaram a realizar os treinamentos no estádio
Alfredo de Castilho.
A equipe do TEM Esporte esteve no local. Os portões estavam
fechados e a imprensa foi impedida de entrar. Após muita conversa, os
jornalistas foram liberados para entrar e o que se viu foram jogadores sem
uniforme de treino e sentados na frente do vestiário.
Os atletas aguardavam o final da reunião entre o técnico e
diretor de futebol do Norusca, Luciano Sato, com o goleiro Yuri e o zagueiro
Bonfim, os jogadores mais experientes do clube e que atuam como uma espécie de
porta-vozes do elenco.
– Esperamos que na segunda-feira a gente já tenha a
posssiblidade de quitar o salário de abril. Estamos tentando trazer uma
parceria para ver se conseguimos disputar a Copa Paulista – disse Sato.
O goleiro Yuri, que estava no grupo que acabou rebaixado
para a Série A3 neste ano e que sofreu com esse fracasso, lamenta a situação
atual e espera vê-la resolvida o mais rápido possível para pensar somente na
disputa da Copinha.
Bonfim e Yuri, do Noroeste, falam sobre salários atrasados
(Foto: Reprodução / TV TEM)Bonfim e Yuri, do Noroeste, falam sobre os salários
– É uma situação que a gente não está conseguindo
administrar mais, tanto dentro como fora de campo. Por mais que você queira
trabalhar, sua cabeça não está boa. Você tem compromissos extracampo que você
tem que cumprir e o dinheiro não vem. A gente espera resolver o mais rápido
possível para focar no campeonato – contou Yuri.
Mesmo com toda esta crise, o presidente do Conselho
Deliberativo do clube, José Antônio Rodrigues, garante que não há intenção em
trocar o comando na direção do Noroeste.
– Não há nenhuma intenção de trocar o presidente. Só se
alguém, que tenha recursos, queira tocar o clube. Porém, ele vai precisar de
uma aprovação do conselho e trabalhar dentro de algumas regras do nosso estatuto.
O presidente é o Anis (Buzalaf Junior) até fevereiro do ano que vem, quando
havará novas eleições – afirmou Rodrigues.
As reclamações sobre a falta de recebimento de salários se
arrastam desde a disputa do Campeonato Paulista da Série A2, ainda no comando
do técnico Carlos Alberto Seixas. O time, que começou bem na competição, entrou
em queda livre a partir da metade da competição e acabou rebaixado para a Série
A3.
GloboEsportes/Bauru