Em 1977, o técnico Minelli foi tri do Brasileirão |
O PRIMEIRO TRICAMPEÃO
Esse negócio de carimbar
seleções, clubes e jogadores, somando as conquistas e adjetivando como
tri, tetra, penta, etc.é coisa da década de 1970 para cá.
Antes disso a gente aprendia pela cartilha futebolística que
esses títulos só se justificavam quando conquistados seguidamente. Por exemplo,
na década de 1960 o Santos de Pelé & Cia. foi por duas vezes tricampeão
paulista: em 1960/61/62 e em 1967/68/69.
E o artilheiro bauruense Toninho Guerreiro, o único e verdadeiro
pentacampeão paulista: em 1967/68/69 com a camisa do Santos, e em 1970/71
defendendo o São Paulo F.C.
No domínio das seleções e das Copas do Mundo, como diz a
história, o Brasil foi bi em 1958/1962, mas o tri não veio, despachado que foi
da Copa da Inglaterra em 1966. Campeão outra vez só em 1970 no México, e aí,
naquele ufanismo estimulado pela Ditadura Militar vigente, a proclamação:
Brasil Tricampeão do Mundo!
Assim como o saudoso Toninho Guerreiro, o antigo técnico
Rubens Minelli foi o primeiro a justificar o título de tricampeão brasileiro:
em 1975/76 com o Internacional e em 1977 orientando o São Paulo. Que acabaria
repetindo a dose, sob as órdens do técnico Muricy Ramalho em 2006/07/08.
Aposentado, hoje com 84 anos, Minelli vive entre São Paulo e
o seu sítio em Valinhos.
Minelli escalou esse São Paulo, campeão brasileiro em 1977 |
MINELLI CALOU O MINEIRÃO EM 1977
Em fase de reorganização, o São Paulo foi buscar Minelli no
Rio Grande do Sul, para disputar o Brasileirão de 1977.
Decisão em março de 1978, contra o invicto Atlético Mineiro,
102.000 torcedores no Mineirão. Minelli escalou o desconhecido reserva Viana,
teoricamente como ponta, mas com a missão exclusiva de marcar Toninho Cerezzo,
o cérebro do adversário. Resultado, 0 a 0 e disputa nos penaltis, com o goleiro
Waldir Peres fechando o gol e infernizando os cobradores do Atlético. Primeiro título
brasileiro do São Paulo, que entrou em campo com as formação da foto: em pé a partir da esquerda, Antenor, o
bauruense Tecão, Getúlio, Chicão, Bezerra e Waldir Peres; agachados, Viana,
Teodoro, Mirandinha, Dario Pereyra e Zé Sérgio.
João F. Tidei de Lima/ Historiador