MEMÓRIA DA BOLA


Portões do Estádio Conde Rodolfo Crespi na rua Javari

CONHECENDO  A  RUA  JAVARI

Foi em 1963, já desligado da Rádio Auri-Verde, professor de História e Geografia, além das aulas no SENAC e no I.E.Ernesto Monte fiquei em sintonia com as provas do concurso público em São Paulo. Era um fim de semana, missão cumprida, jogo à vista, do Norusca, pelo Paulistão, contra o Juventus.
Fui conhecer o estádio da rua Javari. Na arquibancada coberta topo com o locutor Alonso Campoy, preparando a aparelhagem para a transmissão da Rádio Emissora Terra Branca. Estava sem comentarista. e disparou o convite. Não precisou falar duas vezes. Comentei os 3 a 0 do Juventus sobre o Noroeste.
Mas, o que mais chamou a atenção estava fora do campo. A poucos metros, na mesma arquibancada, falava e gesticulava o comandante-em-chefe do bicampeonato  mundial do Brasil na Suécia(1958) e no Chile (1962), Paulo Machado de Carvalho(1901-1992),  proprietário da Rádio e TV Record, Rádio Panamericana, etc. O dr. Paulo, como era chamado, estava apresentando os novos contratados das suas emissoras, Joseval Peixoto, Braga Jr., Claudio Carsughi, Orlando Duarte, e os saudosos Darcy Reis e Luís Augusto Maltone, todos saídos da concorrente Rádio Bandeirantes. Que também estava perdendo para as Rádios Tupi/Difusora a dupla Pedro Luís/Mário Morais e outros quadros. Por isso, a Bandeirantes chamava de volta Fiori Gigliotti e equipe.
Aquele troca-troca, naturalmente, era mais importante do que a bola rolando...


Portões do Estádio Conde Rodolfo Crespi na rua Javari
 VICIADO NA RUA JAVARI.

Ainda falando em Juventus, tenho um amigo, o Sérgio Lara, que é uma espécie de "viciado na rua Javari". Ele sabe que o Juventus tem uma bela sede social para receber os 48 mil associados.
Mas, ele gosta mesmo é daquele campinho inaugurado em 1941. Jura por Deus que era um dos 8 mil torcedores que presenciaram na rua Javari o maior gol da carreira do Pelé, como mostra a foto: depois de dar 4 chapéus, inclusive no goleiro Mão de Onça, sem deixar a bola pingar na grama, Pelé arrematou de cabeça para fazer um dos gols da vitória de 4 a 0 contra o Juventus pelo Paulistão de 1959.
Um jogo na rua Javari é uma terapia para o Sérgio Lara. Não importa o adversário. Em vez do Santos, pode ser até o Treze de Campina Grande ou o Madureira, do Rio. Atrás do gol, a um metro e meio do gramado, funga no cangote do goleiro adversário. Dependendo das circunstâncias, prefere o alambrado das laterais, onde corre o bandeirinha, a um metro de distância. Dependendo das circunstância, às vezes até engata um papo animado com o bandeira.Que só acaba com o fim do jogo:
-Foi um prazer te conhecer, Sérgio!
-O prazer foi todo meu! Recomendações em casa.

João F. Tidei Lima/ Memorialista

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