MEMÓRIA DA BOLA



Em 1976 esse Corinthians sacudiu a torcida e estimulou utopias

INVADINDO O MARACANÃ RUMO À REVOLUÇÃO
Dia destes morreu, aos 63 anos, o Ruço, meio campo daquele inesquecível Corinthians dos anos 1976/77.

Não vou nem falar do título paulista de outubro de 1977, depois de 23 anos. O agito memorável estava em 1976 na semifinal do Brasileirão, contra o Fluminense. Quando o Corinthians foi ao Maracanã e entrou em campo com o time da foto escalado pelo técnico Duque: em pé, a partir da esquerda, Zé Maria, o ex-noroestino Tobias, Moisés, Zé Eduardo, Givanildo e Wladimir; agachados, Vaguinho, Neca, Geraldão, Russo e Romeu.

Como diz a lenda, dos 150 mil torcedores que se comprimiam no velho Maraca,  cerca de 70 mil eram corintianos. Que alardeavam uma inigualada capacidade de mobilização, já antecipando os preparativos para a longa  viagem até Porto Alegre, sede da finalíssima.

Numa década fortemente ideologizada, insurreições em vários continentes, socialismo à vista em regiões do Terceiro Mundo,  por aqui a ditadura militar, o sociólogo Roberto da Matta, ativista político e intelectual, hoje com 76 anos e articulista do Estadão,  não pensou duas vezes. Lascou em espaço nobre da grande imprensa a palavra de órdem: apostar nessa torcida organizada, como instrumento para chegar à Revolução!

Bem, voltando ao Maracanã, tomado pelos corintianos, o falecido Ruço garantiu o empate, fazendo gol no tempo regulamentar. Na disputa dos penaltis também anotou. decretando a presença na final em Porto Alegre contra o Internacional.

O maior time da história dos colorados começava com o goleiro Manga
UM INTER COMO NUNCA MAIS
Escalado pelo técnico paulista Rubens Minelli, o Internacional em 1976, tinha o maior zagueiro central que passou pelos campos gauchos, o chileno Elias Figueroa. No meio campo, o craque Paulo Roberto Falcão, mais tarde " Rei de Roma" , coadjuvado primeiro por Batista, e em seguida por Paulo César Carpeggiani.

Mas, o carisma começava pelo gol, com o pernambucano Ailton Corrêa Arruda, o popular Manga, hoje com 75 anos. Campeão muitas vezes pelo Botafogo do Rio e pelo Internacional. Defendeu o Brasil na Copa de 1966.
Naquela tarde de dezembro de 1976, no Beira-Rio, garantiu os 2 a 0 contra o Corinthians, e o bicampeonato brasileiro.  


João F.Tidei de Lima/ Historiador


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