Começa hoje a 42.ª Copa São Paulo de Futebol Júnior, considerada a principal oportunidade do ano de revelar e, principalmente, negociar novos talentos do futebol. Por isso é comum empresários montarem times só para mostrar os jogadores que gerenciam, sem nenhum tipo de vínculo com o clube. “Tem muitos clubes de longe que só usam a marca do clube. Por exemplo, tem casos de times de fora que treinam em São Paulo há meses”, apontou Paulo Endrighi, diretor da categoria de base do Guarani.
Apesar de todos saberem que tal prática existe, é difícil identificar quem são os chamados “clubes barrigas de aluguel”. A reportagem descobriu cinco times com este perfil. Um deles é o Corinthians Alagoano, famoso até mesmo entre os adversários. “Eles se preparam o ano inteiro para a Taça São Paulo. O trabalho é unicamente revelar a molecada e levar para fora, principalmente para o leste europeu”, comentou o vice-presidente do Santo André, Romualdo Magro Júnior.
Com o estereótipo de reunir os times “fantasmas”, a região Nordeste não é a única, porém, a fazer isso. Três clubes do Centro-Oeste caminham na mesma direção, apesar das diferentes características. No Mato Grosso, o Rondonópolis é o primo rico e conta com uma boa infraestrutura. Já o Cacerense é famoso pelas dívidas internas e até mesmo falsos treinadores. O ponto em comum entre os dois é o objetivo de revelar craques e fazer caixa.
O Mato Grosso do Sul também tem seu representante um tanto quanto suspeito. O time que vem representar o Pantanal FC trata-se de uma seleção com os melhores jogadores do campeonato estadual sub-18, que garante vaga para a Copinha. Nos anos anteriores, o primeiro e o segundo colocados se classificaram. Mas desta vez só o campeão, Sete de Setembro, foi autorizado a participar. O argumento é que a região tenha mais chances de passar da primeira fase na competição de juniores. Para isso, o Pantanal teria emprestado o nome para o grupo não ficar como “Seleção MS”.
Redução
Ter cinco times de aluguel, entre 92 participantes, é considerado um número pequeno. É um fruto das regras que a Federação Paulista tem criado para dificultar a formação de times meramente comerciais. Para participar da 42.ª edição, os clubes tiveram de inscrever os jogadores até o início de setembro, quatro meses antes do torneio. “Não dá mais para inscrever time de última hora. Agora quem quiser montar uma equipe precisa pagar Fundo de Garantia, recolher todos os impostos como uma empresa normal. Não compensa”, disse Afonso Armonia, supervisor das categorias de base do Corinthians.
No entanto, os empresários sempre dão um jeito, segundo os clubes. “Os jogadores não têm salário nenhum. Como a Federação é obrigada a pagar alojamento e alimentação, o único custo é pagar o clube pelo aluguel do nome, mas como muitos são da Prefeitura, às vezes nem cobram nada. Sai de graça”, explicou Wagner Ribeiro, empresário renomado que cuida da carreira de jovens como Neymar.
Além dos clubes de fachada, há os que são denominados clubes-empresa, que apesar de ter a mesma finalidade de negociar jogadores, oferecem estrutura durante o resto do ano para o atleta. É o caso do Desportivo Brasil e do Olé Brasil, ambos do futebol paulista. Além de ter times de empresários, a Copinha é um prato feito para os agentes. Antes mesmo de a bola rolar, o telefone de Wagner Ribeiro não para de tocar com informações de garotos que merecem um olhar mais atento do agente de Neymar. A caça ao tesouro começa nesta terça com oito jogos. Muitos clubes têm apenas três chances (na primeira fase do torneio) para mostrar o potencial dos seus moleques. Trabalho duro para quem quer vender e comprar as promessas do futebol.
Apesar de todos saberem que tal prática existe, é difícil identificar quem são os chamados “clubes barrigas de aluguel”. A reportagem descobriu cinco times com este perfil. Um deles é o Corinthians Alagoano, famoso até mesmo entre os adversários. “Eles se preparam o ano inteiro para a Taça São Paulo. O trabalho é unicamente revelar a molecada e levar para fora, principalmente para o leste europeu”, comentou o vice-presidente do Santo André, Romualdo Magro Júnior.
Com o estereótipo de reunir os times “fantasmas”, a região Nordeste não é a única, porém, a fazer isso. Três clubes do Centro-Oeste caminham na mesma direção, apesar das diferentes características. No Mato Grosso, o Rondonópolis é o primo rico e conta com uma boa infraestrutura. Já o Cacerense é famoso pelas dívidas internas e até mesmo falsos treinadores. O ponto em comum entre os dois é o objetivo de revelar craques e fazer caixa.
O Mato Grosso do Sul também tem seu representante um tanto quanto suspeito. O time que vem representar o Pantanal FC trata-se de uma seleção com os melhores jogadores do campeonato estadual sub-18, que garante vaga para a Copinha. Nos anos anteriores, o primeiro e o segundo colocados se classificaram. Mas desta vez só o campeão, Sete de Setembro, foi autorizado a participar. O argumento é que a região tenha mais chances de passar da primeira fase na competição de juniores. Para isso, o Pantanal teria emprestado o nome para o grupo não ficar como “Seleção MS”.
Redução
Ter cinco times de aluguel, entre 92 participantes, é considerado um número pequeno. É um fruto das regras que a Federação Paulista tem criado para dificultar a formação de times meramente comerciais. Para participar da 42.ª edição, os clubes tiveram de inscrever os jogadores até o início de setembro, quatro meses antes do torneio. “Não dá mais para inscrever time de última hora. Agora quem quiser montar uma equipe precisa pagar Fundo de Garantia, recolher todos os impostos como uma empresa normal. Não compensa”, disse Afonso Armonia, supervisor das categorias de base do Corinthians.
No entanto, os empresários sempre dão um jeito, segundo os clubes. “Os jogadores não têm salário nenhum. Como a Federação é obrigada a pagar alojamento e alimentação, o único custo é pagar o clube pelo aluguel do nome, mas como muitos são da Prefeitura, às vezes nem cobram nada. Sai de graça”, explicou Wagner Ribeiro, empresário renomado que cuida da carreira de jovens como Neymar.
Além dos clubes de fachada, há os que são denominados clubes-empresa, que apesar de ter a mesma finalidade de negociar jogadores, oferecem estrutura durante o resto do ano para o atleta. É o caso do Desportivo Brasil e do Olé Brasil, ambos do futebol paulista. Além de ter times de empresários, a Copinha é um prato feito para os agentes. Antes mesmo de a bola rolar, o telefone de Wagner Ribeiro não para de tocar com informações de garotos que merecem um olhar mais atento do agente de Neymar. A caça ao tesouro começa nesta terça com oito jogos. Muitos clubes têm apenas três chances (na primeira fase do torneio) para mostrar o potencial dos seus moleques. Trabalho duro para quem quer vender e comprar as promessas do futebol.
Por Ana Paulo Garrido ( Jornal da Cidade)