Paulistão não é mais aquele


Vai longe o tempo em que o Campeonato Paulista, hoje Série A1, o chamado Paulistão, era um objetivo fundamental e muito importante para as equipes pequenas e médias do Estado.

Comprometido pelos calendários apertados pela pluralidade de competições hoje existentes, o Paulistão foi perdendo seu prestígio e importância.

Atualmente ele não representa praticamente nada, pois não habilita nenhum clube, independente de sua posição, integrar qualquer outra competição, como Campeonato Brasileiro,Copa Sul-Americana, Libertadores, etc.

Um clube como o Noroeste, por exemplo, participa do Paulistão meramente lutando para não ser rebaixado. Sua participação termina em absolutamente quase nada, sem nenhum resultado prático atrativo. E o dinheiro que arrecada com bilheterias e Televisão não cobre as despesas e investimentos.

Se ficar entre o 5° e 8° colocados disputa o título de campeão do Interior. Uma conquista que não significa muita coisa e a premiação em dinheiro também é pequena.

Pode, dependendo de sua posição, conseguir uma vaguinha na Série D do Brasileiro, Aí reside talvez uma pálida esperança de iniciar uma “carreira” no concerto do futebol brasileiro.

O calendário do Paulistão é curto demais e apenas dois clubes grandes (sic...) jogam em Bauru, que poderão vir bem desfalcados de seus melhores jogadores. Coisa muito comum, pois eles não estão valorizando mais essa competição. Trata-se apenas de um preparativo para outros e mais importantes campeonatos, que vêm a seguir.

Concluindo: Quer dizer que não valeu nada voltar à elite do futebol paulista? Não é bem assim. Valeu e muito. O que pretendo demonstrar é que a realidade do futebol profissional pede muito mais.

Atualmente têm que se desenvolver projetos mais pretensiosos, que visem organizar uma estratégia de crescimento no ranking do futebol e objetivos a serem perseguidos, para integrar outras esferas do quadro futebolístico nacional.

Uma equipe para “existir” de fato precisa percorrer caminhos, como fez São Caetano, Santo André, Barueri, Guarani e algumas outras, que chegaram a divisões maiores, como Série B do Brasileiro, Copa do Brasil, quem sabe até chegar numa Série A do Brasileiro.

Só a Série A1 do Campeonato Paulista, que a meu ver está com os dias contados, significa um funcionário que não tem plano de carreira pela frente. Não vai passar daquilo que é hoje. Ao contrário ainda pode piorar.

Por outro lado um clube também pode fazer uma opção diferente. É válido. Tudo depende do que se quer. Pode escolher a opção de uma equipe à base das revelações locais, de jovens, com orçamentos muito menores e se contentar com divisões inferiores.

Não significa que não terá torcida. Isso depende muito do marketing, da organização e de deixar bem claro seus objetivos para imprensa e torcedores. Os 1.500 torcedores sempre estarão lá.  Pode ser até mais divertido e interessante do que é atualmente.

Já acompanhei o Noroeste em campeonatos deliciosos da Segundona, quando jogava em cidades bucólicas e muito interessantes do nosso Interior, com calendários de ano inteiro. Confesso que foi muito legal e o Noroeste muito mais ganhava do que perdia. Tanto aqui quanto fora.

Portanto depende de resolver o que o clube quer, porque a pior posição é a essa que o Noroeste está atualmente. Na linha de transição, gastando um montão de dinheiro. Esse Paulistão de 2011 será um marco no centenário do clube. Dependendo dos resultados deve-se fazer uma escolha. Prá onde vai o clube?
Por: Paulo Sergio Simonetti ( radio 94fm)






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