MEMÓRIA DA BOLA

O centroavante Baltazar no ataque do Corinthians de 1951
GOL DE BALTAZAR!

Corintianos da velha guarda pediram o resgate de um Corinthians que eles lembram com justa emoção.
Depois de 9 anos na fila, sob orientação do técnico José Castelli- Rato  faturou o título do Paulistão de 1951, marcando 103 gols em 28 jogos, a incrível média de 3,67 por jogo. Com o ataque da foto: Claudio, Luizinho, Baltazar, Carbone e Mário.
Um dos artilheiros,  Osvaldo Silva, o Baltazar (1926-1997), já consagrado, carteira recheada, teria em 1953, seu carro destruído, em acidente. Nada menos que um Cadillac, modelo  que dava status. Coincidentemente, o jornal Diário de São Paulo promovia um concurso para apurar o jogador mais querido. Não deu outra. A multidão corintiana descarregou em Baltazar. O prêmio: um carro zero km, importado, marca Studebaker, modelo que poucos brasileiros tinham condições de possuir.
Em 1997, ano da sua morte, Baltazar, como milhões de brasileiros,  sobrevivia com uma aposentadoria de 150 reais.

Em 1958, à direita, o locutor esportivo Pedro Luís
RITMO & RÁDIO

Hoje não tem mais isso, mas houve tempo em que era muito comentada uma possível diferença de estilo (ou ritmo?) entre o futebol do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Dizia-se, por exemplo,  lá pela década de 1940 e parte dos anos 50, que no Rio o futebol era jogado em ritmo mais lento, cadenciado, um futebol clássico, no jargão da época. Em São Paulo, ao contrário, o ritmo se acelerava, a cadência cedia lugar à correria; em lugar do futebol clássico e suas ações estudadas e combinadas, irrompia o estilo voluntarioso, com arremetidas espontâneas, carregadas de muito vigor e determinação.
Deve ser coincidência, mas também no Rádio esportivo, Rio e São Paulo operavam em ritmos diferentes.
Em  São Paulo, com velocidade na narração,  fazia escola o chamado  estilo "metralhadora" do locutor Pedro Luís Paoliello (1919-1998), primeiro na Rádio Panamericana, depois na Bandeirantes, quando posou para a  foto, em 1958, ao lado dos saudosos  narradores Edson Leite e Fiori Gigliotti.  No Rio, ao contrário, se consolidava um estilo pausado, que parecia em sintonia com a cadência clássica do seu futebol.
E com uma inovação. Líder de audiência, a Rádio Nacional, do Rio, introduziu a narração dos jogos  com dois locutores - Antonio Cordeiro e Jorge Cury - cada um se ocupando de uma metade do campo.


Prof. João F. Tidei de Lima/ Memorialista

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