Em 1963, o centroavante Zé Carlos comandou a vitória contra o Corinthians |
O MÊS DE JULHO PROMETIA...
Recuando exatos 50 anos, vamos flagrar o Noroeste fazendo sucesso no Paulistão. Lá nas primeiras colocações, não importava o adversário.
O Corinthians pagou para ver. Estádio Ubaldo Medeiros
lotado, o Norusca em campo, com o ataque da foto, exceção do meia esquerda
Lourival, substituído por Romualdo. A partir da ponta direita, Daniel, Araras,
o capitão Zé Carlos e o ponta esquerda Ailton.
Daniel marcou no primeiro tempo, Zé Carlos, de pênalti,
ampliou aos 21 do segundo, e Silva, a dois minutos do fim do jogo, encerrou a
contagem: Noroeste 2 a 1.
O Noroeste disparou na liderança por pontos ganhos, e a torcida, dez dias depois, lotou o
estádio para receber o super Santos, de Pelé & cia.
No campo do BAC em 1963, Pelé treinava com funcionários de um banco |
PAPARICANDO O PELÉ...
Já toquei nessa historinha. Paulistão de 1963, o Norusca lidera lá pela 6ª. ou 7ª rodada. Próximo adversário o tricampeão Santos.
Pelé com contrato para renovar, ameaça não jogar, abandona a
Vila e viaja para Bauru, onde tinha familiares e propriedades. Por aqui,
passeios, homenagens, aquela paparicação durante toda a semana. E a torcida
para não jogar, e o Norusca continuar na liderança.
Para manter a forma se exercitava no campo do BAC, com funcionários de um banco. Como mostra foto, Pelé em pé, no centro, ladeado por fãs,
muitos deles ainda circulando com saúde e disposição, como César Savi, Demerval
Belgo, João Batista Campagnani e outros.
Chega o sábado, o Santos desembarca, e, claro, renova o
contrato do Rei. No domingo, Pelé agradece as homenagens à sua maneira: fez
todos os gols do 4 a 3, o último deles de um pênalti por ele simulado perto do
fim. Tumulto, cinco noroestinos expulsos, acaba o jogo.
Nas arquibancadas o desabafo contra Pelé:
"ingrato!"
"mercenário!", "traidor!". Vi tudo junto à cabine da
Rádio Tupi, onde Pedro Luís e Mário Morais, dois monstros sagrados do rádio
esportivo, não cansavam de exaltar mais uma tarde inesquecível do gênio.
João F.Tidei de Lima/ Historiador