Noroeste: novidade, mas com tradição



Apresentado ontem, novo treinador do Norusca quer repetir o sucesso de seus conterrâneos no comando da equipe

Edinho Machado, 52 anos, pode ainda não ser tão conhecido pelo torcedor noroestino, mas a origem gaúcha só reforça uma verdadeira “tradição” do clube nos últimos anos: trazer treinadores do Sul do País. Apesar de ter trabalhado em vários clubes paulistas – o que se reflete em seu sotaque, pouco carregado – Machado é natural de Alegrete/RS, e também já treinou vários clubes daquela região.

O novo comandante do Noroeste estava desde o início de 2012 sem comandar nenhum clube – o último foi o Bagé, ainda na temporada 2011, mas isso, segundo ele, não será um empecilho. “Neste último um ano e meio me dediquei a um mestrado na área esportiva, inclusive vinha trabalhando nesta área na Secretaria de Esportes de Alegrete, após sair do Bagé”, destaca.

“Sobre o meu perfil, prefiro que vocês analisem (risos). Mas sou um treinador que gosta de trabalho, de buscar e realizar as coisas, já passei isso aos jogadores. Temos que criar um sonho, que é o de fazer uma grande competição, e começar bem já no dia 13”, comenta.

Em relação ao tempo de trabalho, Edinho Machado reiterou o que o gestor Fabiano Larangeira já havia falado ao JC nesta semana: tudo dependerá dos resultados. “Claro que a intenção é fazer um trabalho a médio prazo, mas o futebol é resultado, e este é o combinado. Vamos trabalhar para obter isso”, frisa o técnico que chega com contrato até dezembro.

Já no que diz respeito ao elenco, ele conhece apenas os jogadores apresentados neste semana. “Conheço o Michel, já foi campeão do mundo. O Rafael Muçamba também é um grande atleta, já o conheço. Os que já estavam no elenco ainda não”, explica. Mais reforços devem chegar na próxima semana. Machado já trabalhou também com o preparador de goleiros Marcos Romano nas categorias de base do Corinthians, nos anos 90.

União

“Agora é momento de todos se unirem pelo Noroeste. A torcida, a cidade, temos que esquecer situações do passado e pensar no bem do clube, no futuro e no sucesso da equipe”, ressalta o novo técnico, que logo após conversar com a imprensa acompanhou o primeiro treino já à frente da equipe, no Alfredão.

“Já conhecia Bauru, uma bela cidade, e estou feliz em estar em um clube tradicional como o Noroeste. Queremos começar com o pé direito na Copa Paulista”, cita Machado, que terá apenas duas semanas para conhecer todo o grupo e deixar o time em boas condições para a estreia, contra o Monte Azul, no dia 13, às 15h, fora de casa.

Melhor momento

Com passagens como treinador das categorias de base de grandes clubes, como Corinthians e São Paulo, onde foi vice-campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 2001, Machado considera seu melhor momento no futebol o ano de 2004, quando treinou o Altamira, do México. “Era uma equipe modesta, que tinha apenas dois anos de fundação, mas com a união de todos conseguimos um grande resultado e o acesso”, diz.


Escola gaúcha

De 2010 para cá, o número de treinadores gaúchos supera o de paulistas no Noroeste. A “tradição” começou com Amauri Knevitz, que ficou à frente da equipe durante 11 rodadas na Série A-2 daquele ano. Ele saiu, mas outro gaúcho assumiu: Luciano Dias, que levou o clube ao acesso para a elite, ficando até a quinta rodada do Paulistão de 2011. Novamente um treinador do Rio Grande do Sul foi escolhido, desta vez Lori Sandri.

Faltando três rodadas para terminar o Estadual, o paulista Jorge Saran (que já havia comandado interinamente antes da chegada de Lori) foi efetivado e ficou até o final daquele ano. Em 2012, novamente Amauri Knevitz dirigiu o clube na Série A-2 e no começo da Copa Paulista. Demitido, deu lugar a Luciano Sato, que ficou um jogo no cargo, de maneira interina, até que o gaúcho Moisés Egert assumisse e levasse o clube ao título.

Neste ano, os paulistas estavam prevalecendo: Carlos Alberto Seixas dirigiu o time em 17 jogos da A-2, e Luciano Sato pegou nas duas rodadas finais e na Copa do Brasil (quatro jogos no total). Mas com a chegada da FL Work and Sports, Sato foi para o Novorizontino, onde será gerente de futebol, e novamente um gaúcho entra em cena.

Thiago Navarro/ Jornal da Cidade


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