MEMÓRIA DA BOLA



No Garça de 1969, o goleiro Waldir Peres e o centroavante Zé Carlos.
AINDA O OESTE...

Na última coluna do ano passado falamos de Bauru e de outras cidades do Velho Oeste paulista, hoje excluídas do principal campeonato do Estado.
Garcenses históricos, cidadãos de Bauru, tipo Marino Frabetti, Veríssimo Barbeiro, o pintor Rondon, chiaram na hora: e a nossa cidade, que lá atrás gerou o poderoso Garça E.C.? Conheci esse passado, morei em Garça entre 1952 e 1955, na época um município que estava entre os maiores produtores de café do país. Com reflexos no dia-a-dia da cidade, onde se incluía o futebol

O Garça E.C. montou um timaço, que começava com o goleiro Basílio e terminava no ponta Liquinho, revelação logo negociada com o Corinthians, bicampeão paulista de 1951/52. Força respeitada na Segundona, tentou durante anos seguir o mesmo caminho trilhado vitoriosamente pelos rivais regionais de Jaú, Lins, Bauru...

Pediu licença em 1961, e reapareceu em 1965 com o nome de Garça F.C. Campeão da Terceira Divisão em 1969, orientado pelo ex-noroestino Valeriano de Almeida, e com outro ex-noroestino, Zé Carlos Coelho, comandando o ataque. No gol, o futuro titular da Ponte Preta, do São Paulo, da seleção brasileira da Copa de 1982...Alinhados na foto, em pé, da esquerda para a direita, Plínio Dias, Ari Lima, Tuta, Waldir Peres, Pedroso e Dadi; agachados, Toninho Bodini, Rogério, Zé Carlos, Osmar Silvestre e Davi.
Em 1970, como se sabe, disputando a Segunda Divisão, semifinalista, esse Garça deu trabalho ao nosso Norusca, que estava em plena campanha para o retorno à Primeirona, depois do rebaixamento de 1966.

Sérgio Porto (à esq.) e o locutor esportivo Aurélio Campos
 90 ANOS

Se vivo ainda estivesse, Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, teria feito 90 anos na semana passada. Morreu prematuramente, aos 45 anos. Conseguiu, como poucos, captar e projetar criticamente em jornais, revistas e na TV, o linguajar coloquial do Rio de Janeiro, do futebol, da praia, dos botecos, do jogo do bicho, enfim, do cotidiano das ruas.
Amante e estudioso do jazz, em 1956 participou de concurso sobre o tema no programa da TV Tupi, O Céu é o Limite, conduzido pelo antigo locutor esportivo Aurélio Campos. Faturou 300 mil cruzeiros, o salário mínimo na época era de Cr$3.300,00...


João F.Tidei de Lima/ Historiador


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