Os clubes grandes “fingem” que participam com interesse e a
imprensa, as equipes interioranas e as torcidas “fingem” que acreditam. Os
calendários são ridículos e meros tapa-buracos.
O desinteresse dos grandes é tamanho, que o Santos abriu a
competição o ano passado com um time reserva em Piracicaba, exatamente quando
aquela sofredora equipe e sua torcida comemoravam o retorno à dita elite,
depois de 15 anos.
As grandes equipes usam o Paulistão como laboratório e
treinamento para as outras competições e acabam jogando quase meio campeonato
com time misto.
E tem mais: o time pequeno do Interior recebe apenas dois
grandes em casa, que ainda vêm com o time desfalcado, sem aqueles jogadores
mais famosos que o público gostaria de ver em ação.
Definitivamente o Paulistão está falido, em todos os
sentidos, principalmente em termos financeiros. Dá dó da luta que as equipes
pequenas têm para subir à Série A1, para ter uma completa decepção.
Eu diria que hoje o Paulistão é muito mais um Campeonato
Paulista de Rebaixamento do que qualquer outra coisa. De um lado os quatro
grandes e algum eventual “bicão” do Interior, tipo Guarani (ano passado), Ponte
Preta, por exemplo, que acabam por decidir a competição.
Os demais, com raríssimas exceções, como Oeste de Itápolis e
Mirassol, ficam livres de cair para a Série A2, mas também não chegam para
decidir aos momentos mais importantes do campeonato.
O resto são meros figurantes, que disputam o Campeonato
Paulista do Rebaixamento, ou seja, para não cair.
Este ano o que tem de equipes de baixo escalão é uma festa.
Alguns que só não foram já rebaixados por mero
acaso , como Botafogo, Linense, XV de Piracicaba, Ituano e outros.
Os recém promovidos não devem sequer desfazer as malas,
porque podem voltar do jeito que chegaram. Penapolense, Barbarense, Atlético de
Sorocaba e São Bernardo, convenhamos que não podem ser levados à sério.
Já está na hora de acabar com o Paulistão. Os clubes grandes
devem ser literalmente excluídos e a Série A1 deveria ter só representantes de
clubes médios e pequenos que se destacassem, divididos em regiões do Estado.
Região Metropolitana com os clubes da Grande São Paulo e
Llitoral – Região Sul, Norte, Centro-Oeste, etc. Os primeiros colocados (2, 3,
sei lá?) de cada região disputariam o título paulista da Série A1.
Alguma ideia nova precisa ser tomada. Não é necessário que
seja exatamente o que sugerimos, mas que tem que mudar não há dúvida. O que
está aí virou uma rotina ridícula. Uma mesmice boba, que não leva a nada.
Paulo Sérgio Simonetti/ Rádio 94 FM de Bauru