Campeonato Paulista de Rebaixamento

De há muito venho argumentado nesta coluna e nos microfones da 94FM que o Paulistão, a Série A1 do Campeonato Paulista já não atende mais aos anseios dos clubes, torcidas e realidade do nosso futebol estadual.

Os clubes grandes “fingem” que participam com interesse e a imprensa, as equipes interioranas e as torcidas “fingem” que acreditam. Os calendários são ridículos e meros tapa-buracos.

O desinteresse dos grandes é tamanho, que o Santos abriu a competição o ano passado com um time reserva em Piracicaba, exatamente quando aquela sofredora equipe e sua torcida comemoravam o retorno à dita elite, depois de 15 anos.

As grandes equipes usam o Paulistão como laboratório e treinamento para as outras competições e acabam jogando quase meio campeonato com time misto.

E tem mais: o time pequeno do Interior recebe apenas dois grandes em casa, que ainda vêm com o time desfalcado, sem aqueles jogadores mais famosos que o público gostaria de ver em ação.

Definitivamente o Paulistão está falido, em todos os sentidos, principalmente em termos financeiros. Dá dó da luta que as equipes pequenas têm para subir à Série A1, para ter uma completa decepção.

Eu diria que hoje o Paulistão é muito mais um Campeonato Paulista de Rebaixamento do que qualquer outra coisa. De um lado os quatro grandes e algum eventual “bicão” do Interior, tipo Guarani (ano passado), Ponte Preta, por exemplo, que acabam por decidir a competição.

Os demais, com raríssimas exceções, como Oeste de Itápolis e Mirassol, ficam livres de cair para a Série A2, mas também não chegam para decidir aos momentos mais importantes do campeonato.

O resto são meros figurantes, que disputam o Campeonato Paulista do Rebaixamento, ou seja, para não cair.

Este ano o que tem de equipes de baixo escalão é uma festa. Alguns que só não foram já rebaixados por mero  acaso , como Botafogo, Linense, XV de Piracicaba, Ituano e outros.

Os recém promovidos não devem sequer desfazer as malas, porque podem voltar do jeito que chegaram. Penapolense, Barbarense, Atlético de Sorocaba e São Bernardo, convenhamos que não podem ser levados à sério.

Já está na hora de acabar com o Paulistão. Os clubes grandes devem ser literalmente excluídos e a Série A1 deveria ter só representantes de clubes médios e pequenos que se destacassem, divididos em regiões do Estado.

Região Metropolitana com os clubes da Grande São Paulo e Llitoral – Região Sul, Norte, Centro-Oeste, etc. Os primeiros colocados (2, 3, sei lá?) de cada região disputariam o título paulista da Série A1.

Alguma ideia nova precisa ser tomada. Não é necessário que seja exatamente o que sugerimos, mas que tem que mudar não há dúvida. O que está aí virou uma rotina ridícula. Uma mesmice boba, que não leva a nada.

Paulo Sérgio Simonetti/ Rádio 94 FM de Bauru


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