NOROESTE: SENSATEZ, UNIÃO, REFLEXÃO E MOMENTO DE CONHECER A HISTÓRIA DOS “SORDADOS” (com “r” mesmo)


Estive presente no último sábado, 20/10, na qualidade de torcedor e observador nas eleições marcadas para acontecerem no Esporte Clube Noroeste, o time de futebol a embalar os sonhos dos amantes de futebol na cidade de Bauru. Esse centenário time já me revirou as entranhas e não existe mais como desgostá-lo, muito menos me manter distante ou indiferente a tudo o que lhe diz respeito. Tenho como tela de abertura no meu computador um desenho do bauruense e chargista Gustavo Duarte, e dela só sairá quando o Norusca voltar a brilhar. Sou ativo torcedor, dificilmente perco jogos, cutuco algumas situações, instigo outras e circulo nos meios noroestinos. Dizem por aí que dirigir futebol não é brincadeira para principiantes, nem para torcedores fervorosos, muito menos para os “prontos” (duros e de caixa esvaziada), como eu e a imensa maioria dos seus torcedores. Idéias todos as temos, mas como coloca-las em prática sem o vil metal, o que move tudo dentro do sistema capitalista que vivemos.
Tenho um amigo, desses que só perde um jogo no Aldredão em caso de força maior, o Batista e ele sempre me repete que seu sonho é ganhar na loteria e dirigir o Noroeste, torna-lo grande. Pensa numa fortuna lotérica toda investida na realização desse sonho. Traça planos, cita até o nome de pessoas que poderiam chamar para o ajudarem, as mais acertadas para cada função, segundo ele. Batista, assim como eu e muitos torcedores saímos do prumo por causa desse desmedido amor pelo Noroeste e sonhamos com esse time vivendo um novo momento. Meros sonhos. Ontem, lá no furdunço do pós-tentativa de eleição, o Marcão, comerciante do segmento Loja Musical no Shopping e um digno noroestino no Conselho Deliberativo do time, falava disso numa roda de torcedores. “Eu não poderia assumir um cargo de presidente, pois amo demais esse time. Faria loucuras impensáveis para um presidente, tudo movido pela alterada razão de torcedor. Traria gente sem cacife em caixa para pagá-los, tudo motivado pela emoção de ter um time grandioso. Sei que não poderia agir assim, mas não me controlaria, acredito que colocaria tudo a perder”, disse.
Tudo isso que escrevo é porque o Noroeste ficou na eminência de que torcedores pudessem assumir o comando de toda a estrutura do time. A eleição foi marcada após a clã Garcia arredar pé de bancar tudo, pediram o boné e mesmo ainda pagando contas existentes, estão prestes a fechar definitivamente a torneira da grana fácil. E a partir daí o que virá? Uma eleição foi marcada e de tudo o que Toninho Gimenez, o capô do Conselho e presidente interino esperava despontar, nada de alvissareiro pintou como luz no fim do túnel. Eles querem entregar o Noroeste para algum grupo, onde vislumbrem ali possibilidades de conseguir buscar recursos com mais facilidades. Alguém dentro da forma como o Noroeste foi tocado até hoje. Em todas as transmissões de comando até hoje foi assim,gente ligada ao poder financeiro da cidade. Hoje, ninguém desses está se propondo a colocar a cara para bater. E os torcedores reunidos em duas chapas não dão a entender possuírem esse algo mais. Juntei o sonho do Batista, o meu próprio, a fala do Marcos, o que vi nas duas chapas, a comandada por Álvaro Pedroso, a “Sangue Novo” e por Bruno Lopes, que montou uma chapa dissidente da do Álvaro, a “NORB – Noroestinos Organizados Revolucionários de Bauru” e faço uma singela sugestão a todos. Essa sugestão pode também ser estendida para a terceira chapa, a “Novidade em Bauru”, capitaneada por Elias Brandão (tendo como vice o pai do prefeito Rodrigo Agostinho), mas fora da realidade, tentando salvar o Noroeste com shows artísticos, como se ninguém mais tivesse pensado nisso Brasil afora. Li no meio da semana um belo texto, na revista mensal Piauí, sobre como um torcedor emotivo pode por tudo a perder quando não promove ações com os pés no chão. O texto é “A decadência dos sordados – Dono de fábrica enterra a herança num time de futebol”, escrito por Paula Scarpin e que pode ser lido clicando no link a seguir: http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-73/esquina/a-decadencia-dos-sordados. Ótima reflexão para todos os envolvidos com a questão.
Eu torcerei sempre pelo Noroeste e não queria me desgastar com ninguém nesse momento, que poderia ser de um união e não de distanciamentos, porém acredito ser ótimo para reflexões variadas e múltiplas. Todos temos muito a aprender com esse adiamento e o que poderá vir a acontecer com o Noroeste. Sim, eu como torcedor poderia dar um belo de um quinhão de contribuição para meu time do coração, mas não isolado, não sozinho, não sonhando com os pés distantes da realidade. Nesse momento proponho um ENCONTRO NOROESTINO (existe 45 dias para apresentação das propostas concretas de ação das chapas), onde pudéssemos ouvir, ver e discutir opiniões divergentes, debater e buscar uma solução conjunta, coletiva. Sabe quem poderia ser um dos palestrantes, o bauruense diretor de Futebol do Oeste de Itápolis, Mauro Guerra.  Seria uma boa forma de todos tomarmos conhecimento de como é a administração de um time de futebol sem um grande mecenas, sem patrocínios grandiosos, mas com uma cidade toda na retaguarda. Vamos marcar esse encontro? Quem convidaria o Guerra? Outros nomes poderiam ser colocados à baila. Se houver um aval coletivo, posso começar dando o pontapé inicial.
OBS.: Todas as fotos são desse mafuento escrevinhador.
Henrique A.Perazzi ( diretamente do Mafuá do HPA

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