Wilson Sanches, o Tigrão |
Abro o JC
de hoje e lá na página dedicada aos anúncios fúnebres, uma foto me chama a
atenção. Morreu o TIGRÃO, que também era chamado formalmente de Wilson Sanches,
pelo qual ninguém o conhecia. Sempre foi o Tigrão e minha história com ele é
dos anos 70/80 no campo do Noroeste, quando ele batia cartão em todos os jogos
e sempre muito bem acompanhado. Fez fama por carregar um trambolho composto de
uma potente bateria e buzina dessas de caminhão, barulhenta e estridente. Com
esse aparato fazia e acontecia nas arquibancadas e o barulho emanado daquilo
tudo fez história nos jogos do nosso querido Noroeste. Aquilo tudo, além de
ficar registrado eternamente em nossa memória, era uma espécie de cartão de
apresentação (ou de visitas, sei lá) para todos os torcedores. Era o incentivo
quando o time estava a atacar e bombando para fazer um gol e também um alerta
quando o time estava aos tropeções e servia como uma espécie de despertador
para o torcedor, que após escutar a buzina, voltava a torcer de forma
aguerrida. Ele fez isso por décadas e tinha a simpatia de todos. Um menestrel
que deveria ter esses instrumentos, a buzina principalmente, imortalizados num
museu noroestino. Trigrão faz parte de uma geração de torcedores românticos,
como pouco se vê nos dias de hoje. Deixa saudades e ótimas recordações em todos
nós. Ganhou a vida com o comércio de carros, mas sua fama foi a do buzinaço no
Alfredo de Castilho, lugar ainda não ocupado por nenhum outro torcedor. Em
25/02/2012, jogo 1x1 com o Rio Claro, eu, Tigrão e os quase mil torcedores que
acompanham religiosamente o Noroeste estávamos lá no campo e eu tirei essa foto
que hoje ilustra esse texto. A buzina ele já havia aposentado fazia tempo, mas
não o impeto de torcer pelo time do coração. Tigrão é merecedor de uma placa no
estádio e um buzinaço no próximo jogo (a Sangue Rubro podia organizar isso),
tudo em sua homenagem.