A luta continua - Um milagre em três atos

Um milagre em três atos. O primeiro ato já aconteceu e o primeiro milagre se fez: O Noroeste venceu a Portuguesa em São Paulo e respirou aliviado, passando o final de semana fora da degola no Paulistão.
A luta, no entanto continua. O segundo ato será solene. Enfrentar o São Paulo em Bauru. Dia de gala em Alfredo Castilho. É o segundo clube grande que visita a cidade.
Qual será o desfecho de mais esta “encenação” no teatro do futebol? Não se pode prever. O jogo, por si só, é bastante motivador. Qualquer jogador dá tudo para aparecer e se projetar contra um time grande. Esse já é um fator positivo.
Outra coisa boa é ver a “nova” atitude do time noroestino sob o comando do técnico Saran, demonstrada no Canindé contra a Portuguesa. Equipe mais corajosa, com mais foco, pegando firme na marcação, acreditando mais e buscando a vitória. Precisa ser mantida.
Um terceiro e surpreendente fator foi o envolvimento emocional. O coração entrou em campo. A atitude isolada, mas com grande reflexo, do ex-presidente e um dos maiores torcedores da história do Noroeste, Cláudio Amantini teve um efeito positivo. Os jogadores se sentiram amparados e reconhecidos com a atitude de Amantini ao viabilizar dois ônibus e ingressos para a torcida Sangue Rubro e levar os torcedores a São Paulo. Parece pouco, mas foi muito grande pelo que significou naquele momento.
Mais uma vitória seria quase a consagração completa do milagre. O Noroeste faria 20 pontos, aumentaria uma vitória no seu prontuário técnico e escaparia do rebaixamento. Até poderia, mas lamentavelmente poderia ainda não ser suficiente. Maldita matemática.
Só mesmo o terceiro ato vai decidir a sorte do Noroeste: O jogo de Itu. É muito mais importante vencer o Ituano do que o próprio São Paulo em Bauru. Afinal o Ituano é concorrente direto do Noroeste. Um empate com o Tricolor no Alfredão e uma vitória em Itu seriam suficientes para que as cortinas se fechassem, com o Noroeste, após três atos heróicos, ser aplaudido em pé pela platéia e comemorar sua permanência na elite do futebol paulista.
Este seria o ideal para que o Noroeste não dependesse de ninguém, só dele mesmo. Há outras combinações de resultados que os deuses do futebol gostam de fazer e que também poderiam salvar o Noroeste. Aí entram em cena saldo de vitórias, saldo de gols e tudo se complica mais.


Por Paulo Sérgio Simonetti ( radialista da 94 Fm de Bauru )

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