SAGA EM BUSCA DE FILME DO NOROESTE, PELÉ, BARIRI, AO LADO DE SALIM, DA ESPN

Sábado, 14/08, convidado por Orlando Alves (funcionário do MIS e um dos poucos por aqui a entender do mecanismo das antigas filmadoras e projetoras, as de rolo), fui com ele e uma equipe da ESPN na vizinha Bariri para garimpar algo sobre o centenário do glorioso Esporte Clube Noroeste. Tive o prazer de conhecer um baluarte do "esporte bretão" (lembram-se desse termo?), ROBERTO SALIM, um jornalista da velha cepa, daqueles poucos que pode ainda ser considerado uma verdadeira “enciclopédia ambulante”.

 Sabe de memória muita coisa de jogos que já foram apagados da memória da maioria dos torcedores. Trabalha num lugar, que hoje, sem sombras de dúvidas é uma ilha de como deve ser feito um trabalho jornalístico, dentro da mediocridade que acabou por se transformar o jornalismo esportivo no país.
A ESPN, capitaneada por José Trajano, meu papa no negócio esportivo, está anos luz à frente de tudo o que é feito no ramo. A ESPN tem opinião, contundente e não a esconde de ninguém. Sou fã, e de carteirinha.
A equipe da ESPN esteve na cidade de Bauru durante toda semana passada realizando algo que ninguém por aqui pensou em fazer, um documentário sobre o Centenário do nosso time de futebol.

Eles pensaram e enviaram para cá, o que de melhor possuem, ou seja, ROBERTO SALIM. Esse, acompanhando do cinegrafista Nilson (ambos trabalham juntos há mais de dez anos e acabaram de voltar da Copa na África do Sul) e do motorista, seu João. Em Bauru entrevistou Luciano Dias Pires, Cláudio Amantini, dirigentes atuais, Au-Au (torcedor fanático, foram na Agrifam para a entrevista) e conseguiram juntar na gare da estação, junto da composição da Maria Fumaça (representando o símbolo do time) vários jogadores da velha guarda.
Um deles, o goleiro Navarro emocionou a todos. Da conversa por lá, Orlando lhes falou da existência de um filme, feito no início dos anos 60, de um jogo entre Noroeste e Santos, aqui na cidade, inclusive contando com a presença de Pelé, onde Navarro era nosso goleiro. Filmado por um abnegado,ANTONIO LEONI JUNIOR, já falecido, as imagens estavam junto de uma filha, na vizinha Bariri. Salim quis ver o filme e seguimos para lá, por volta das 13h. Eles são assim, percebi, não perdem a oportunidade e vão onde ela existir, sem medir esforços.

Em Bariri, recepcionados pela filha de seu Leoni, ELISA e pelo genro, FLÁVIO, primeiro desconfiados e depois, vendo a seriedade da proposta, toparam passar o filme na parede de um dos quartos da casa do casal. Foi quando entrou em cena as habilidades do Orlando, o único a conseguir movimentar um dos projetores, que desde a morte do seu Antonio, cinco anos atrás, estavam empoeiradas numa estante. Ambos, cinéfilos de carteirinha, foram amigos.
Uma trabalheira de dar gosto, mas algo foi conseguido, a muito custo. Nilson filmou o que pode, como o velho estádio Ubaldo Medeiros (que depois viria a se tornar Alfredo de Castilho), Pelé entrando em campo, amarrando as chuteiras e o que queriam, Navarro junto ao time e fazendo uma defesa. O tempo foi passando e de lá, fomos diretos (sem almoço e jantar) para o estádio Zezinho Magalhães, assistir XV de Jaú e Noroeste.

 Jogo sofrível, mas cheio de possibilidades para Salim, que filmou Pavanello, o chefe da torcida Sangue Rubro e novamente, Au-Au, além do goleiro Yuri e do zagueiro Bonfim, que fiquei sabendo é dentro do atual elenco, o que mais tempo está no clube, 8 anos. O Noroeste ganhou de 1 x 0.De lá, a volta para Bauru e um compromisso do envio para ficar nos arquivos da Secretaria Municipal de Cultura, de cópia do documentário, que segundo as palavras do próprio Salim, e conhecendo um pouco do que já tem feito, boto a maior fé:

 “Tenha certeza, faremos um trabalho de primeira. Vai sair uma bela história”.É aguardar o 1º de setembro e assistir o que a ESPN nos brindará no Centenário. Sai da aventura (ou seria mesmo uma saga?) com algumas certeza mais do que confirmadas, Salim é peça rara (ou melhor, em extinção), Nilson é um cara batuta, João é um coração de ouro (por suportar as brincadeiras dos dois), Orlando é um baita de um profissional e a ESPN é o que de melhor temos no quesito esportivo no Brasil.
Por: Henrique P.Aquino ( diretamente do Mafua do HPA)

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