MEMÓRIA DA BOLA

Esse time teve lances contra a Ditadura Militar
FUTEBOL & DITADURA

País sem memória é País sem identidade, já dizia o Conselheiro Acácio. Por isso as Comissões dos Direitos Humanos, em todos os níveis, têm razões de sobra para recuperar a documentação produzida no período da Ditadura Militar.

Como lembra a velha guarda, nem o futebol escapou. A foto remete àquele momento: a partir da esquerda o músico Zezito e os personagens envolvidos, o antigo atacante Edu Antunes Coimbra, do América(RJ), Vasco e outros clubes, o bauruense Pedrosinho, autor de livros que focam a Ditadura, mais  o ex-centro avante Reinaldo, do Galo Mineiro e crítico da Ditadura,  o jauense Afonsinho, ex-XV, Botafogo carioca e Santos,  celebrizado pela luta em favor do passe-livre, finalmente Nando Antunes,  irmão do Edu e do maior artilheiro da história do Flamengo, o Zico.Fernando Antunes Coimbra, o Nando, à altura de 1964, ano do Golpe Militar, circulou pelos aspirantes do Fluminense, América, Madureira, até chegar ao Ceará, em 1968
Fora do campo, estudou na Faculdade Nacional de Filosofia, e.como professor aplicou o Plano Paulo Freire,  em programa de Alfabetização. o suficiente para ser fichado pela polícia política carioca. Paulo Freire tinha sido cassado pela Ditadura.  Como futebolista, Nando, ainda no Ceará,  seria  contratado pelo Belenenses de Portugal, mas, logo dispensado, em função da ditadura salazarista naquele país.
Nando Antunes retornou ao Brasil, e imediatamente foi preso e torturado pela nossa Ditadura.
A anistia completa veio em 2010.


Afonsinho liderou  a luta em defesa da categoria

PASSE LIVRE

Afonso Celso Garcia Reis, o Afonsinho, hoje com 67 anos,  foi revelado pelo XV de Jaú, em 1962, e em 1965 comprado pelo Botafogo carioca, onde foi campeão por várias vezes.
Liderou a luta dos jogadores em favor do passe livre, direito que lhe foi reconhecido em 1971, e mais tarde estendido à categoria. Tempos da Ditadura Militar, que tinha em Afonsinho um crítico declarado.
Fora do campo Afonsinho tornou-se médico, e até hoje participa do programa Saúde da Família, na Ilha de Paquetá.

João F. Tidei de Lima/ Historiador

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