Peço que a diretoria reveja esses valores abusivos e passem a acreditar no apoio de nós, torcedores... Avante, Noroeste!!! Rumo à 1ª divisão!!!
Eduardo Mereu
NA REAL, DE TODOS OS ÍTENS QUE ENVOLVEM O FUTEBOL,
PARA A DIRETORIA DO NOROESTE, A TORCIDA DO NOROESTE FICA POR ÚLTIMO.
Domingo eu prestei àtenção em alguns detalhes: Um espaço ENORME dentro do estádio onde
poderiam acomodar centenas de automóveis a um preço simbólico.
Entraria mais uma "graninha" que poderia ser revertida para uma
reforma nos banheiros ou coisa parecida, por exemplo. O sujeito
poderia sair mais tarde de casa e saber que poderia estacionar com
segurança dentro do estádio. Fecham as torneiras de água pro cidadão
ter que comprar uma garrafa. Refrigerante tudo bem mas ÁGUA ??????
água à QUATRO REAIS?????? Vi um pai com uma filha de uns 6 aninhos,
toda trajada de noroestina, tentando sentar no cimento FERVENDO da
arquibancada debaixo daquele sol.. foi de doer, a menina tava
incomodada com a temperatura da arquibancada... MAS TAVA LÁ, com a
camisa do Norusca e o pai também. O placar de tábua ( placas ). É
brincadeira? Até o Catanduvense tem um placar eletrônico, simples mas
tem. E ainda mais, 3 x 2 e o placar continuava 3 x 0. Coisa de 1960. O
ESTÁDIO foi construído para esportes olímpicos, com pista de corrida,
saltos, etc.. então a distância da arquibancada pra pista é perfeita
mas pro gramado é muito longe, e quando o jogo é à noite então... A
iluminação continua precária faz anos... NADA MUDA, não melhoram
nada...
Varios estádios do interior fizeram a troca do gramado.. PRUDENTE,
MARILIA, CATANDUVA... PRA NÃO FALAR DE RIO PRETO, RIBEIRÃO E
ARARAQUARA, optaram pela grama que é usada por ex no Pacaembu,
Morumbi..
POR QUE SÓ O NOROESTE AINDA INSISTE NA IDÉIA QUE NÃO SE DEVE INVESTIR
NA CASA, NO TORCEDOR ?????????
..
O episódio dos ingressos nesse último jogo foi pra acabar... Se fosse
problema da polícia militar, poderia ter ocorrido outras vezes e no
entando.. alguém lembra se aconteceu coisa parecida? O sistema de SOM
não funciona como funcionava. O torcedor não fica sabendo de nada. não
tem informações. EM BAURU EXISTE EMPRESA QUE VENDE PAINÉIS
ELETRÔNICOS. Pode ser tentada uma parceria. Troca por publicidade...
talvez...
EM SEMPRE DIGO: QUANDO BAURU TINHA UNS CINEMAS DETONADOS, O PÚBLICO
NÃO IA. TANTO É QUE FORAM DESAPARECENDO... QUANDO RESOLVERAM MELHORAR
AS CONDIÇÕES, INVESTIRAM EM SALAS NOVAS, NOVOS EQUIPAMENTOS, ETC...
TRATANDO O CIDADÃO COM MAIS RESPEITO, AS SALAS VOLTARAM A SER
FREQUENTADAS E SEMPRE ESTÃO QUASE SEMPRE LOTADAS. TEM RETORNO.
ESTÁDIO DE FUTEBOL É A MESMA COISA: TEM QUE TER O ESPETÁCULO, UM TIME
QUE PELO MENOS ATRAIA O TORCEDOR E UMA CASA QUE TRATE O CONSUMIDOR COM
DIGINIDADE E RESPEITO QUE ELE MERECE. A SANGUE RUBRO VISITOU VÁRIOS
ESTÁDIOS PELO INTERIOR... E VIMOS MUITAS COISAS BOAS.. QUE PODERÍAM
SER IMPLANTADAS AQUI.. MAS COMO EU DISSE LÁ EM CIMA:
TORCEDOR DO NOROESTE, DA SANGUE RUBRO E MESMO OS QUE VEM DE FORA...
SÃO DEIXADOS EM ÚLTIMO PLANO... A NÃO SER QUANDO ERAM OS JOGOS CONTRA
OS GRANDES, PQ DAÍ O OLHO CRESCIA... MUITA GENTE, SABE COMO É...
ENQUANTO ESSA MENTALIDADE NÃO MUDAR, CONTINUAREMOS DESSE JEITO, SOFRENDO MUITO.
A GENTE VAI PORQUE GOSTA, ACREDITA.
TODA SORTE DO MUNDO PRO NORUSCA NESSE CAMPEONATO , PARA OS TORCEDORES
E PRA SANGUE RUBRO. O QUE INTERESSA AGORA É RETORNAR PRO LUGAR QUE
MERECEMOS.
ABRAÇOS
MARCO BUONO
“FUTEBOL”, de HÉLIO SUSSEKIND
Tenho muitos livros aqui no mafuá com o tema FUTEBOL e de um deles reproduzo suas frases aqui. Trata-se do(jornalista
carioca), escrito para a coleção ARENAS DO RIO, publicado pela editora
Relume Dumará, 2000, 112 páginas. Como hoje quero escrevinhar mais de
futebol, as frases antecipam meu derradeiro escrito:
-
“Por que os clubes não pensam de fato em instituir uma Liga
Independente, gerida por profissionais competentes e capaz de reverter a
seus cofres o produto da riqueza que geram? Por que não arcara com as
represálias das entidades, enfrentando-as de uma vez? Os clubes
brasileiros são hamlets que não tem coragem de matar aqueles que os
envenenam ano após ano. Essa impotência é a chave para compreender o
declínio de público do futebol”, pág. 60.
- “O rádio contribui imensamente para estimular o consumo do futebol, dos grandes
jogadores e dos clubes. A cobertura diária aproxima o torcedor do seu
clube, faz do dia-a-dia das instituições-mito um fato que precisa ser
acompanhando. Com maior riqueza de detalhes do que os jornais, o rádio
informa sobre a contusão do craque, sobre novas contratações, sobre os
treinamentos da semana. No rádio o torcedor ouve seu ídolo e acompanha a
preparação para os grandes jogos. O jogo de final de semana cresce em
importância, o torcedor sabe que tomará parte de algo efetivamente
relevante. (...) O rádio sempre foi no Brasil, o principal veículo de
popularização do esporte. É possível que tenha chegado o momento de
renovar a linguagem e de formar profissionais capazes de imprimir o
sopro de vitalidade imposto por locutores antigos e de muita fama. (...)
Só uma nova revolução poderá contribuir para dar um
novo impulso ao futebol e preservar o rádio na competição que se avizinha com a expansão das TVs por assinatura”, pág. 80.
-
“O torcedor precisa, em cada momento, de mitos de carne e osso para
comparecer aos estádios. Sua migração afasta a torcida. Quando o clube
se desfaz de um grande jogador sabe que o torcedor desertará nos
próximos jogos, nos próximos anos, se não houver uma reposição à
altura”, pág. 81.
- “É preciso ter em mente que a paixão pelo futebol
estará, sempre, vinculada a uma história que lhe é anterior em cada
momento. E é justamente esta história que precisa reescrever a cada
jogo, a cada decisão, convertendo o presente em passado. Num passado
glorioso, único, que será recontado adiante, que ficará para sempre inscrito na história das instiuições-mito”, pág. 82.
-
“O torcedor não espera nem nunca esperou por justiça. As regras do
futebol são claras, não há dúvida. Mas sua interpretação pelo juiz é
sempre alvo de controvérsias e suscita o sentimento da injustiça e da
espoliação. Não há nenhuma magia ligada ao futebol que faça com que dele
brote o que não existe no corpo social. Enquanto houver injustiça,
desequilíbrio, violência fora dos estádios haverá injustiça,
desequilíbrio e violência em seu interior”, pág. 95.
Reproduzi
isso hoje, porque acabo de voltar de um campo de futebol, onde meu time
do coração, o ESPORTE CLUBE NOROESTE ganhou de 3x2, num jogo fácil que
se tornou difícil, do Velo Clube de Rio Claro, pela 2º Rodada do
Paulista – Segunda Divisão 2012. O jogo em si, quem fizeram os gols,
quem foi o juiz, o técnico é o que menos importa nesse momento, onde
escrevo para reverenciar um acontecimento de Bauru, numa manhã de
domingo, 10h, quando 1200 pessoas saem de suas casas e vão para um
estádio em busca de uma forma de lazer.
Fiz isso e reverencio os
amigos lá reencontrados numa agradável manhã. Primeiro Aldo Wellicham e
Roque Ferreira, que foram comigo, dividimos histórias, refletimos sobre o
passado e o futuro, enfrentamos uma longa fila juntos na entrada e
pulamos juntos em alguns dos gols. Depois, os que de nós foram se
aproximando, como o Batista, um amigo de longa data, vendedor de
assinaturas de revistas (viaja o país inteiro), o jornalista Bruno
Mestrinelli, o primo Eduardo Lopes e Chico Cardoso,
o artesão do Gasparini. O primeiro tempo foi passado ao lado desses. No
intervalo revi meu primo Beto Grandini e Carrijo, quando ambos
aproveitaram a deixa para me convidarem a sair no carnaval de Bauru,
junto ao Bloco Pé de Varsa. O gostoso é ir trombando com as pessoas,
para uma conversa rápida, um diálogo noroestino, dentre os poucos pontos
de vista em comum existentes entre as pessoas nos dias de hoje. Um
segundo tempo junto da Sangue Rubro e todo ele ao lado de Geraldo
Bergamo e ouvindo as histórias de um autêntico noroestino e comerciante
do estádio, o Uau-Uau (veja a história a encerrar esse post). Quase
perdemos, quase tivemos nosso almoço estragado, quase saímos
cabisbaixos, quase..., mas ganhamos e muitos estarão novamente juntos
daqui a alguns dias.
Desde
a década de 80 que aos poucos o futebol vem sendo seduzido pelo neoliberalismo
no esporte. O novo paradigma mercadológico explodiu com mais força na década de
90.
Desde então temos assistido os romances clássicos do Palmeiras com Parmalat com
final infeliz, também mais recentemente com a Trafic. O Corinthians que se
ferrou com a MSI, o Flamengo com a ISL, o Cruzeiro com a Hick & Muse, etc.
Bem ou mal o processo vai se instalando. Vamos saindo dos cartolas feudais,
tipo Eurico Miranda, e passando para o poder corporativo. São sociedades
comerciais, a versão mais acabada de clubes-empresa que surgem no cenário
nacional. Coisa que já acontece pelo mundo afora.
O futebol deixa de ser apenas um jogo, uma competição para ver quem ganha, para
divertir e transforma-se num negócio para dar lucro. Agora é um espetáculo, com
TV, tudo arrumadinho, muita organização e, de preferência, com jogo bonito, o
que nem sempre acontece.
Talvez ainda um tanto imperceptível para o grande público essa tendência está
mais forte e próxima de nós do que possa parecer. Num rápido levantamento no
futebol paulista, detectamos que nas várias esferas, entre A1 e Segundona, nas
quatro divisões (A1,A2,A3 e Segunda), já temos quase 20 clubes nessa situação.
Na Segundona, de 45 clubes, oito são empresas: Américo Esporte Ltda. (Américo
Brasiliense), Academia Desportiva Mantiqueira Futebol Ltda. (Guaratinguetá),
Brasilis F.C. Ltda. (Águas de Lindoia), Desportivo Brasil Participações Ltda
(Porto Feliz), Olé Brasil F.C. S/A (Ribeirão Preto), F.C. Primeira Camisa Ltda.
(São José dos Campos), E.C. São Judas Tadeu Ltda. (Jaguariúna), C.A.
Votuporanguense Ltda. (Votuporanga).
Na Série A3 tem apenas o Grêmio Esportivo Osasco Ltda. Na Série A2, de 20
clubes, seis são empresas: Audax (Pão de Açúcar (São Paulo), Ferroviária
Futebol S/A (Araraquara), Grêmio Barueri Futebol Ltda. (Barueri), Red Bull
Brasil (Campinas), São Bernardo F.C. Ltda. (SB) e São Carlos Futebol Ltda.
(S.C.).
Finalmente na Série A1 são dois: Guaratinguetá F.C. e Paulista F.C. Ltda de
Jundiaí.
Um detalhe interessante é que essas equipes-empresa dão uma atenção especial à
revelação de jogadores, como se pode notar pela Copa São Paulo de Futebol com garotos
de até 18 anos. Muitas promessas apareceram nesses clubes, que trabalham muito
a exportação de jogadores. É outro viés bem significativo no processo.
Aqui em Bauru o Noroeste continua no antigo, tradicional e feudal sistema de
clube de dono. E tem um agravante, com dono que não entende de futebol e não
acompanha de perto as coisas e o dia-a-dia do futebol. Assim, fica nas mãos de
terceiros e de empresários. É um grande risco. Mas este assunto fica para uma próxima coluna.