MEMÓRIA DA BOLA


CAMPEÃO  DO CINQUENTENÁRIO

O E. C. Noroeste - fundado em 1910 - e o antigo Luzitana - fundado em 1919 - se enfrentaram dezenas de vezes no famoso derby  NO-LU.
O ano de 1946 registrava o Cinquentenário do  município de Bauru. Quase às vésperas do 1º de Agosto, uma nova edição do derby punha em disputa o troféu Cinquentenário.
Ganhou o Noroeste, por 3 a 2, e o capitão Crisanto, como mostra a foto, posou com a faixa de campeão e o troféu, ao lado do capitão do Luzitana, Gino Bacci.
A partir de 1º de Agosto de 1946, aniversário do município, o antigo Luzitana mudou o nome para Bauru A.C., o BAC.


ENCRENCA ERA COM ELE!

Considerado o primeiro "craque-problema" do futebol brasileiro, o centro-avante Heleno de Freitas (1920-1959) foi até objeto de filme, dirigido por José Henrique Fonseca, e estrelado por Rodrigo Santoro e Aline Morais.
Advogado, boêmio, boa vida, no campo era catimbeiro, provocador, artilheiro por anos seguidos com a camisa do Botafogo carioca. Vestiu também a camisa do Vasco da Gama,  e circulou pela Argentina, onde defendeu  o Boca Júniors.

Fora do campo, porte elegante, era metido a conquistador, varias mulheres na vida, contraiu sífilis. Frequentador de boates do Rio, viciado em drogas, logo seria internado em sanatórios. Morreria em um deles, em Barbacena, em 1959.

João F. Tidei de Lima/ Historiador

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NOROESTE:NOVO FOLÊGO


Clube consegue parceiros para honrar com dívida e aluguel do ginásio Panela de Pressão deve ser mantido

Ginásio Panela de Pressão é uma das principais praças esportivas da cidade para receber os Jogos Abertos do Interior em novembro

O Noroeste conseguiu uma parceria para honrar com o parcelamento de R$ 11.244,32 mensais, referentes à divida de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) do clube com a prefeitura de Bauru, que estava sendo abatida através do aluguel do Ginásio Panela de Pressão.

Após uma reunião realizada na terça-feira entre a diretoria do Norusca e alguns empresários da cidade, ficou estabelecido o auxílio de pelo menos dois parceiros no pagamento das mensalidades. Segundo o presidente do clube, Emílio Brumati, o acordo prevê o pagamento até o término do contrato de aluguel do ginásio com o órgão público, em março de 2016.

“Já está tudo certo e vamos honrar com o pagamento do imposto, que, agora, será dividido (Noroeste e parceiros). Só que eu não posso revelar quem são esses empresários”, limitou-se Brumati, garantindo que conta neste momento com apoio de empresas de Bauru.

Segundo a reportagem apurou, foram estipuladas quatro cotas de aproximadamente R$ 3 mil, sendo uma delas de responsabilidade do Noroeste e as outras divididas entre empresários.

Impasse
O valor mensal do aluguel da Panela é de R$ 19,053,00. Deste montante, R$ 11.244,32 era abatido do imposto, R$ 5.292,50 da reforma realizada pela prefeitura no complexo - cujo valor total da obra foi de R$ 300 mil -, e somente R$ 2.516,18 sobrava ao caixa do Norusca.

Tudo corria bem até os funcionários e jogadores do Noroeste entrarem com ação trabalhista na Justiça contra o clube, em maio deste ano. O juiz, então, optou por penhorar o aluguel do ginásio, espaço hoje utilizado frequentemente pelo Paschoalotto/Bauru (basquete) e pelo Concilig/Bauru (vôlei), tanto em jogos como em treinos, além de ser uma das principais praças esportivas dos Jogos Abertos em novembro deste ano.

O problema é que, além do IPTU – cujo valor total hoje é de R$ 794.357,52 -, o Norusca soma uma dívida trabalhista de mais de R$ 1,2 milhão. Desde a penhora da Panela, a prefeitura passou, então, a efetuar depósito referente ao débito parcelado do imposto direto à Justiça.

Sendo assim, o Noroeste já tem uma parcela de R$ 11.244,32 em débito com o município. A segunda parcela após a ação trabalhista já vence no próximo dia 5 de agosto, ou seja, o clube terá que desembolsar mais de R$ 22 mil de uma vez.

No entanto, para quitar o parcelamento atrasado, o Norusca também contará com a ajuda dos parceiros. “Já está tudo incluso na nossa negociação, ou seja, o valor referente ao imposto de julho e a partir do próximo mês (agosto)”, reforçou Brumati.


Marcus Liborio/ Jornal da Cidade

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A LUSA CAMPEÃ

foto: Essa  Portuguesa  repartiu o título do Paulistão/73 com o Santos

Provavelmente o árbitro mais comentado no futebol brasileiro do século 20. Armando  Nunes Castanheira da Rosa Marques, ou simplesmente Armando Marques, morto, dia destes aos 84 anos, ao longo da carreira acumulou histórias de todo tipo.
Uma delas na decisão do Paulistão em 1973. Quase 120 mil pessoas no Morumbi, em campo Santos e Portuguesa, o empate de 0 a 0 levou a disputa para os pênaltis. O Santos, nas três primeiras cobranças, converteu duas delas, a Lusa errou as três.
Armando Marques se confundiu e deu a partida por encerrada, quando a Portuguesa ainda tinha a chance, embora pequena, de empatar a série.
Os santistas começaram a festejar o título, mas, os jogadores da Lusa, orientados por Otto Glória, deixaram rapidamente o campo e o estádio do Morumbi. Quando o Armandinho percebeu o êrro e tentou forçar o retorno, era tarde demais.
No dia seguinte, a Federação Paulista de Futebol declarou as duas equipes campeãs.


O SANTOS FUGIU...

foto: Esse ataque do São Paulo fez o Santos fugir em 1963

Outra envolvendo o árbitro Armando Marques aconteceu no Paulistão de 1963, Pacaembu lotado, candidato ao título, o Santos enfrentava o São Paulo, que tinha
o ataque da foto - Faustino, Cecílio Martinez, Benê, Pagão e João Sabino. O Tricolor não respeitou o rival e foi marcando. Lá pelas tantas, Pelé e Coutinho reclamaram contra a arbitragem do Armandinho, que, imediatamente, expulsou os dois.
Logo em seguida, recebendo órdens da comissão técnica, três jogadores santistas caíram no gramado e pediram para sair. Era um tempo em que não havia substituição nos jogos oficiais. Então, reduzido a seis jogadores, o Peixe teve que deixar o campo, e o São Paulo festejou a goleada por 4 a 1.... 

 João F. Tidei de Lima/ Historiador

  

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...E DE OUTRAS QUALIDADES

foto: Paulistão de 1974, quase 23 mil torcedores no Alfredão em Bauru.

É evidente que o desempenho desastroso do Brasil na Copa do Mundo que ele patrocinou, não tem uma explicação simplista.
O país, há muitos anos, é um mostruário de barbaridades impensáveis em espaços civilizados. Entre essas barbaridades, os recordes mundiais  de assassinatos, de acidentes automobilísticos e do sucateamento criminoso da sua infraestrutura ferroviária, além da falência de serviços públicos  no atendimento às necessidades básicas da nossa população.
Claro, o lazer também não escapa. As interligações espúrias envolvendo a CBF, as federações regionais e os clubes,  enterraram num passado não muito distante as competições que sacudiam as cidades e lotavam suas praças esportivas.
Esse amontoado de horrores tem que ser encarado por todos os agentes políticos de todas  as siglas partidárias, sem exceção.



PAÍS DE RECRUTAMENTOS....

foto: O historiador Eric Hobsbawm numa de suas visitas ao Brasil

Lúcido, competente, engajado e, como sempre enxergando adiante do seu tempo,  o grande historiador inglês Eric Hobsbawm (1917-2012) é fonte de consulta  obrigatória na área das Ciências Humanas.
Sem perder a dimensão das totalidades, escreveu uma História Social do Jazz, e dois livros focando os chamados "bandidos sociais", desde, digamos seu conterrâneo Robin Hood, até o nosso cangaceiro Lampião.
Não esqueceu do futebol, enquadrado pela chamada globalização e os mercados milionários da Europa, Ásia e América do Norte. Lamentou que boa parte dos clubes de países da África e da América Latina  -como é caso do Brasil - tivessem virado meros centros de recrutamentos.
Mal organizados e sem caixa para segurar suas revelações e valorizar seus torneios domésticos, matrizes sagradas de identidade.

João F. Tidei de Lima/ Historiador




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 A DERROTA  MAIS CHORADA...

foto: O artilheiro Paolo Rossi decreta a derrota do Brasil em 1982

Copa da Espanha, em 1982. O Brasil, orientado pelo mestre Telê Santana, montou talvez a melhor de todas as seleções da era pós-Garrincha, Pelé etc.
Com craques tipo Falcão, Sócrates, Zico, Júnior (atual comentarista da TV Globo), e Cerezzo, disputados pelas dezenas de milhões de dólares do mercado europeu. Mesmo assim, como se viu, a Copa não veio, uma inspirada Itália estava no caminho, com o quarentão Dino Zoff no gol, e o centro avante Paolo Rossi na artilharia, marcando  os gols - 3 a 2 - da Squadra Azzurra,  que despacharam o Brasil nas quartas-de-final.
A velha guarda não esquece que, dias antes, a nossa seleção, no estádio Sarriá, de Barcelona,  tinha liquidado - 3 a 1 -nossa eterna rival, a Argentina, onde estreava em mundiais o craque Diego Maradona.


...E UM GRANDE TÉCNICO

foto: O técnico Telê Santana, entre Sócrates e Zico, em 1982

O mineiro Telê Santana (1931-2006), com passagens por vários clubes, como jogador e como técnico, entra fácil na lista dos melhores treinadores da história futebolística do Brasil.
Encantou os espanhois na Copa de 1982, até o duelo com a burocrática Itália. Voltaria a comandar a seleção na Copa do México, em 1986, até a eliminação
pela França, nos pênaltis também nas quartas-de-final.
Nunca mais seria chamado. Mas, em 1990. passou a comandar o São Paulo F.C

João F. Tidei de Lima/ Historiador

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