MEMÓRIA DA BOLA





...E DE OUTRAS QUALIDADES

foto: Paulistão de 1974, quase 23 mil torcedores no Alfredão em Bauru.

É evidente que o desempenho desastroso do Brasil na Copa do Mundo que ele patrocinou, não tem uma explicação simplista.
O país, há muitos anos, é um mostruário de barbaridades impensáveis em espaços civilizados. Entre essas barbaridades, os recordes mundiais  de assassinatos, de acidentes automobilísticos e do sucateamento criminoso da sua infraestrutura ferroviária, além da falência de serviços públicos  no atendimento às necessidades básicas da nossa população.
Claro, o lazer também não escapa. As interligações espúrias envolvendo a CBF, as federações regionais e os clubes,  enterraram num passado não muito distante as competições que sacudiam as cidades e lotavam suas praças esportivas.
Esse amontoado de horrores tem que ser encarado por todos os agentes políticos de todas  as siglas partidárias, sem exceção.



PAÍS DE RECRUTAMENTOS....

foto: O historiador Eric Hobsbawm numa de suas visitas ao Brasil

Lúcido, competente, engajado e, como sempre enxergando adiante do seu tempo,  o grande historiador inglês Eric Hobsbawm (1917-2012) é fonte de consulta  obrigatória na área das Ciências Humanas.
Sem perder a dimensão das totalidades, escreveu uma História Social do Jazz, e dois livros focando os chamados "bandidos sociais", desde, digamos seu conterrâneo Robin Hood, até o nosso cangaceiro Lampião.
Não esqueceu do futebol, enquadrado pela chamada globalização e os mercados milionários da Europa, Ásia e América do Norte. Lamentou que boa parte dos clubes de países da África e da América Latina  -como é caso do Brasil - tivessem virado meros centros de recrutamentos.
Mal organizados e sem caixa para segurar suas revelações e valorizar seus torneios domésticos, matrizes sagradas de identidade.

João F. Tidei de Lima/ Historiador




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