SELEÇÃO DO MUNDO
Meses atrás escalei uma suposta seleção mundial de todos os
tempos. No ataque, ao lado do Garrincha, do Pelé, do húngaro Puskas, o
centroavante português Euzébio,
fulminado aos 71 anos por um infarto na semana passada.
Natural da antiga colonia portuguesa de Moçambique, Euzébio
desembarcou no Benfica de Lisboa em 1960, logo acumulando títulos. Mas os maiores estragos contra as defesas
inimigas foram na Copa do Mundo de 1966.
Primeiro contra a surpreendente Coréia do Norte, que tinha
despachado a temida Itália. Os coreanos
em 22 minutos fizeram 3 a 0 na melhor seleção da história de Portugal,
para surpresa do próprio Euzébio, que aparece na foto sendo consolado pelo
adversário.
Maior estrela da sua seleção, o fenomenal Euzébio comandou a
virada, marcando quatro gols do placar de 5 a 3.E ainda sobraria para o Brasil,
eliminado por Portugal na sova de 3 a 1,
dois de Euzébio, artilheiro da Copa com 11 gols. É bom não esquecer que
Portugal era treinado pelo brasileiro Otto Glória.
ELE MONTOU A MÁQUINA
O futebol em Portugal tem dois períodos históricos : A.O. e
D. O., quer dizer Antes do Otto e Depois do Otto...
O técnico brasileiro Otto Martins Glória
(1917-1986) desembarcou em Portugal quase 60 anos atrás. E revolucionou o
futebol do país, fora e dentro do campo, entre 1953 e 1959. Com novas normas
administrativas, centros de treinamento, calendário, ajudado, reconheça-se, por
uma safra esplendorosa de revelações da então colonia de Moçambique,
entre elas o goleiro Costa Pereira, o meio-campista Coluna, e o supercraque
Euzébio.
Através do Benfica, campeão da Europa, e da seleção
nacional, terceiro lugar na Copa do Mundo de 1966, Otto Glória colocou, para
sempre, Portugal no mapa do futebol.
João F. Tidei de Lima/ Historiador
