Desgastado, Buzalaf sai de cena e abre caminho para Padilha (à esquerda) e Brumatti (à direita) |
Buzalaf renuncia e Norusca terá “mandato tampão” com Emílio
Brumatti de presidente e Padilha de vice
“Estamos aqui para que as portas do Noroeste não se fechem”.
Foi com esta frase que o presidente do Conselho Deliberativo, Toninho
Rodrigues, abriu a reunião que definiu o destino do clube ontem à noite. Anis
Buzalaf Jr. renunciou à presidência e, na mesma hora, um “mandato tampão” com
presidente e vice já foi nomeado.
A reunião, que contou com 11 conselheiros, começou com as
portas fechadas. Na parte de fora, torcedores, jogadores e funcionários aguardavam.
Após uma hora, veio o anúncio.
Com uma carta escrita a mão, Buzalaf renunciou. Com a
vacância no cargo, o Conselho Deliberativo nomeou o “mandato tampão” com os
empresários Emílio Brumatti como presidente e Rafael Padilha de vice (o time
não tinha alguém neste cargo desde a saída de Felipe Rino).
“Só tenho a agradecer a oportunidade de ter lutado esses 10
meses. Tudo é muito difícil. Na hora de pedir dinheiro, tomamos muita portada
na cara. E eu disse que se conseguissem um grupo com dinheiro, eu sairia. Estou
cumprindo minha palavra”, disse Buzalaf.
O mandato da dupla de empresários é temporário, entretanto,
deve se efetivar em eleições, cujo prazo para serem realizadas é de 30 dias.
Outras chapas poderão concorrer ao pleito.
“Nosso primeiro passo é levantar a situação do clube.
Depois, vamos enxugar o máximo possível. A intenção é começar do zero e acertar
o que tiver que acertar. Depois, vamos pensar no time que vai jogar no próximo
ano”, disse, já como presidente nomeado, Brumatti.
Os empresários que assumem o clube contam com o apoio do
ex-presidente Toninho Gimenez, que esteve presente na reunião e encabeça um
projeto para levantar recursos ao Norusca junto a empresas. Com a saída de
Buzalaf, o clube acredita ser mais fácil atrair investimentos.
Dentre as parcerias já firmadas para levantar um mínimo
mensal de R$ 65 mil, estão o Grupo Cidade, Mariflex, Tudor, Bauru Painéis,
Mezanni, Bioleve e Risso (a partir de janeiro do ano que vem). “Ainda vamos
voltar a conversar com a Unimed. A GVT ficou de dar uma resposta na próxima
semana. Porém, ainda há quatro empresas que estamos visitando”, revelou Toninho
Gimenez.
Rateio
Atualmente com uma dívida de mais de R$ 270 mil só em
salários atrasados, foi montada uma “vaquinha” emergencial para tentar amenizar
a situação do clube entre esta e a próxima semana. Vários empresários estão
dando cheques com valores variados. A estimativa é angariar R$ 100 mil.
A pedido da diretoria do Noroeste, o Grupo Cidade fez um
adiantamento de crédito dos recebíveis (futuros recursos que entrarão) para
ajudar a sanar o problema mais emergencial. Além disso, o Jornal da Cidade
continua – como se manteve em todo o período – parceiro do clube como um dos
patrocinadores.
Em campo, o próximo compromisso oficial do Noroeste será
apenas em janeiro de 2014, uma vez que o Norusca já foi eliminado da Copa
Paulista e das competições das categorias de base. “Serei transparente. Mas,
vamos pensar em futebol depois de arrumar a casa. Agora, é o momento de evitar
que o time feche”, discursou o novo presidente, com a mesma frase que abriu a
reunião.
O Noroeste ‘pós-Damião’
Após a renúncia de Damião Garcia, no dia 25 de setembro do
ano passado, o Noroeste passou a conviver com dificuldades financeiras. Logo de
cara, as categorias de base foram desativadas.
Anis Buzalaf Jr. foi o vencedor na eleição de dezembro, e
logo no dia seguinte, desfez a parceria com a empresa que prometeu injetar R$
40 mil mensais no clube. Em um mesmo dia, chegou a anunciar mais de um
treinador.
Após bom início no Estadual, o time caiu de rendimento e foi
rebaixado à Série A-3. Logo depois, o Noroeste caiu ainda na primeira fase da
Copa do Brasil.
Em junho, Buzalaf fez parceria com a empresa “FL Work and
Sports”, de Fabiano Larangeira. A parceria foi desfeita após Larangeira agredir
o treinador Edinho Machado. Eliminado na Copinha, o Norusca só volta a atuar
oficialmente agora somente em 2014.
Vitor Oshiro/Jornal da Cidade