MEMÓRIA DA BOLA


VIRAR O JOGO!

Direto, e sem artifícios verbais, o editorial do Bom Dia de 1º de outubro. O clamor das ruas ecoando há meses pelas reformas que atendam as nossas necessidades básicas, ganha a adesão dos futebolistas com sua pauta também civilizadora.
Como diz o editorial, chegou a hora de virar o jogo. Não dá mais para aceitar que os principais atores do espetáculo futebolístico sejam usados passivamente por  dirigentes, empresários e canais de televisão, que não estão nem aí com os interesses maiores  e mais nobres da coletividade.
Nesse despertar dos atletas é obrigatória a lembrança do jauense Afonso Celso Garcia Reis, o Afonsinho, meia revelado pelo XV de Jaú em 1962, conforme aparece na foto: em pé, a partir da esquerda, Sabará, Zé Carlos, Ciola, Zé Eduardo, Grizzo e Valentin; agachados, Ivo, Navarro, Sebastião, Afonsinho, Guilherme e Toninho.
Estudante de medicina no Rio, e jogador do Botafogo a partir de 1965, Afonsinho liderou luta contra imposições da chamada Lei do Passe, que, de um modo geral, oprimia os jogadores, com cerceamento dentro e fora do campo. Depois de batalha jurídica e política, conseguiu o chamado passe livre em 1971. Abriu caminho para abolir definitivamente, com a Lei do Passe em 1998.


O DOUTOR BATALHOU

Afonsinho teve parceria importante na luta: seu colega de profissão, o saudoso doutor Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, mentor da chamada "democracia corintiana"  em 1982/83, e voz respeitada nos palanques contra a Ditadura Militar.

Sócrates defendeu pela primeira vez o Corinthians em Bauru no Paulistão de 1979, quando, no saguão de um hotel, deu entrevista ao repórter Fausto Silva, o Faustão, como aparece na foto. Em campo, fez o gol do Corinthians no empate de 1 a 1 contra o Noroeste, diante de 20 mil pessoas.

João F. Tidei de Lima/ Historiador


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