Maracanã no dia da decisão do campeonato carioca |
Acabo de receber o livro do amigo Sérgio Lara, Não Houvesse
Tabaco e Outros Poemas. No mínimo, erudito e saboroso ao mesmo tempo, humor,
senso crítico, memória... Para ser lido, relido e, obrigatoriamente,
consultado.
Viciado no estadiozinho da rua Javari, na Mooca, o Sérgio era um dos 198 torcedores que
assistiram o nosso Noroeste estrear na
A-2 deste ano, enfiando 4 a 0 no
Juventus. Aquela vitória ilusória de 23 de janeiro.
Mas o Sérgio Lara tem também outros vícios. Um deles, andar
de trem, essa preciosidade civilizadora que o Brasil teima em descartar. No
tempo em que as duas maiores cidades do país eram ligadas por ferrovia, o
Sérgio não perdia ocasião. Quase às vésperas do Natal, em 1964, na estação
Roosevelt do Brás, perto da Mooca, embarcou no noturno da E.F.Central do
Brasil, amanheceu no Rio de Janeiro, e pelo trem metropolitano chegou até a
Estação Maracanã, a 100 metros do estádio.
Estava entre os 75 mil torcedores, que aplaudiram a entrada
em campo do Fluminense, puxado, como mostra a foto, pelo zagueiro Procópio, em seguida o goleiro
Castilho, o lateral direito Carlos Alberto, o lateral esquerdo Oldair.
Saudosista, até hoje revê os lances dessa decisão carioca, vencida pelo Flu
contra o Bangu. Localiza na sua coletânea do antigo Canal 100, voz de Cid
Moreira, telejornal que abria as sessões de cinema em todo o país. Por
sinal, uma das referências das
décadas resgatados pelo saboroso livro
do Sérgio Lara.
Bauruenses no Duartina F.C. em 1955/56 |
ESTAÇÃO DE DUARTINA
Até meados dos anos 1950, a vizinha Duartina participava do
campeonato amador do Estado. Em 1955/56 estreou na Terceira Divisão de
Profissionais. Para montar o time, ficou de olho na lista de dispensas do
E.C.Noroeste, que há anos tinha liberado o zagueiro Xandu, e os atacantes
Mirtola e Julinho.
Ao mesmo tempo, uma visita ao estádio Antonio Garcia,
domicílio do zagueiro central Paulo Roberto, titular também da seleção de
basquete da cidade. O Duartina F. C. entrou, em campo, com a formação da foto:
em pé, a partir da esquerda, massagista Silvio Berro,
Fernando, Hélio, Paulo Roberto, Xandu, Zuluzinho e o goleiro Zanatta;
agachados, Mirtola, Dedé, Julinho, Valdemar e Aderaldo.
Os bauruenses chegavam
à Duartina por trem, e desembarcavam na estação inaugurada pela
Companhia Paulista de Estradas de Ferro em 1928.
João F. Tidei Lima/ Historiador