Ser NOROESTINO
não é dizer amém bovinamente ao que diretorias anteriores fizeram com o
Noroeste. Quando acertam, os efusivos parabéns são ouvidos por todos os
cantos. Porém, nos erros e nas pisadas de bola, poucos são os que se
alevantam e gritam contra desmandos. Por que? Isso dá uma tese de
doutorado, com desdobramentos mil. Hoje diante de denúncias graves, que
precisam ser elucidadas, investigadas e esclarecidas o fato se repete.
Está vindo a baila uma situação das mais nebulosas do período de
transição do Esporte Clube Noroeste, que vai da renúncia e saída da
administração da Família Garcia até o dia em que assumiu a presidência
Aniz Buzalaf
Jr. No máximo três meses sob a direção do seu então Conselho
Deliberativo, presidido pelo empresário Toninho Gimenez. Período curto e
cheio de fatos esquisitos, necessitando não mais de um simples
esclarecimento, mas de elucidação com perícia policial e até do
Ministério Público.
O fato é o
seguinte e poucos estão com coragem (não seria a tal falta do saco
roxo?) de expô-lo na sua plenitude. São cinco rescisões contratuais de
jogadores campeões na Copa Paulista 2012: o goleiro Walter, o zagueiro
Lima, o lateral esquerdo Ralph, o volante Kasado e o meio Velicka. Todos
esses foram negociados momentos antes de Aniz Buzalaf assumir a
presidência do Noroeste e nada entrou na contabilidade, ou seja: Quem
fez a negociação? Quais os valores de cada? Onde estaria a grana dos
acordos? Se não estão computados na contabilidade do Noroeste devem
estar em algum lugar secreto e não sabido, com certeza. Isso aqui não é
suspeita, são fatos e necessitam de esclarecimentos. O do goleiro Walter
o mais gritante, pois foi divulgado que estaria sendo negociado com o
empresário Toninho da Mariflex,
que tinha pretensões de ser presidente. O valor, baixo demais pela
qualidade do atleta e esquisito ocorrendo na “bacia das almas”, no
apagar das luzes, já gerou suspeitas por si só, mais agora, quando o
vice-presidente, Filipe Rino, vem a público explicitar que não existe
nenhum contrato dessa venda, muito menos o dinheiro entrou nos cofres do
clube. Que seria isso? Que nome se pode dar a algo dessa natureza?
Por outro lado,
um fato dos mais lamentáveis também ocorreu e durante a vigência do
campeonato da AII, disputado pelo Noroeste. A Mariflex havia se
comprometido através da imprensa a bancar parte da verba publicitária do
time e sumiu do mapa quando as pretensões de assumir à presidência
foram dificultadas. A Família Garcia, disse a mesma coisa e também se
escafedeu. O Noroeste ficou chupando o dedo. Por que isso ocorreu? Quais
interesses foram contrariados para isso ocorrer? Algo começa a ser
desvendado quando o mesmo Filipe Rino declara que perdeu uma verba
publicitária substanciosa com uma rede de supermercados que acabava de
chegar à cidade, a Mais, pois quando tudo estava praticamente certo,
membros da antiga diretoria procuraram a direção do mercado e melaram
tudo dizendo a esses que a atual diretoria não era confiável. Quem fez
isso? Com que intenções? Quem de fato é ou não confiável nisso tudo? O
Noroeste necessitando disso para sua própria sobrevivência e alguns o
apunhalando pelas costas. Que raio de noroestinos seriam esses para
fazer algo desse tipo?
O estranhamento
é ainda maior porque essas notícias circulam dentro do complexo
noroestino já há aproximadamente um mês e só agora está vindo à tona.
Por que ninguém se interessou por investigar isso? Por que a imprensa
esportiva bauruense se fez de mal entendida e não foi atrás de desvendar
isso? Isso gera avaliações outras, a de que parte dela tem medo de
algo, teme tocar em certos temas ou até citar algumas pessoas.
Problemático isso, não? Rino está de posse dos documentos e mostrando a
todos interessados e ontem me disse que falhou, pois não levou tudo até
certos órgãos da imprensa. O corrigi, pois o procedimento não é esse.
Diante da simples menção de algo com essa magnitude, qualquer órgão
correria atrás disso, gerando matérias esclarecedoras. Isso é para capa
de jornal, chamadas na TV e reproduções a todo instante no rádio. Nada
disso aconteceu ou está acontecendo. Dois órgãos estão começando a
enfocar o tema. A rádio FM 87,9 abriu espaço e Rino deu uma reveladora
entrevista para Toni de Paula, onde abriu o verbo confirmando isso tudo
que escrevi aqui e hoje, o diário Bom Dia, em entrevista feita pelo
telefone, pelo jornalista Gustavo Longo segue na mesma linha. E a TV
Tem, rádio Auri-Verde, rádios FM 94, 96 e Unesp, TVs Preve, SBT e
Record, e o Jornal da Cidade, por que esses não se mostram interessados
em destrinchar
isso? Está tudo tão exposto, tão fácil de ser desvendado, mas estão
todos afastados do caso. Ouço algo e seria ótimo que nada disso fosse
verdade, pois seria lastimável. O período cheio de problemas foi o
comandado pelo Conselho, meros três meses e ali, figuras exponenciais da
cidade, empresários famosos, gente da elite dessa cidade, vindo daí o
não interesse numa séria e contundente perícia e investigação. Tudo o
que ocorreu, sabemos, foi referendado pelo Conselho, parte dele
demissionário, porém muitos continuam atuando na nova composição. Pelo
bem de todos os envolvidos, o seu atual presidente, Toninho Rodrigues ou
alguns deles precisam vir a público e expor o que de fato ocorreu.
Todos possuem nomes a zelar e se referendaram e assinaram aprovações sem
terem pela ciência do que de fato ocorreu, esse o momento da mea culpa
coletiva. Calar-se nesse momento será colocar em dúvida a credibilidade
de todos, muitos com extenso trabalho em prol do time do coração.
Os documentos
de posse do Rino são verdadeiros, incontestáveis e demonstram
irregularidades. Isso é fato. Estão à disposição dos interessados e por
que ninguém está querendo saber deles? O Noroeste não é uma Casa da Mãe
Joana e hoje, sob a administração ainda inexperiente de Aniz Buzalaf,
merece toda a confiança da torcida, pela
forma límpida e clara como está querendo resolver problemas crônicos e
de muitas décadas, mas logo de cara se depara com algo meio que
instransponível. A saída foi buscar apoio na imprensa e essa
foge do respaldo e se cala. Algo de muito estranho nisso tudo e a
torcida, os noroestinos querem entender e exigem resposta para isso
tudo. Ouço algo estarrecedor: “Isso só acontece porque os envolvidos são
figurões da cidade, se fossem pés rapados tudo já estaria publicado,
falado, dito e os nomes expostos”. Adoraria que isso não fosse verdade,
mas chego a acreditar sê-lo. Aventa-se a hipótese de na continuação
dessa situação sem solução de continuidade, tudo ser levado para a
esfera policial. Paralelo a isso, a situação começa a se mostrar
aflitiva no quesito resultados dos jogos. Tudo começou bem no início do
campeonato e degringolou, talvez pelas incertezas e quando teve início o
vislumbrar de problemas outros, como de gente jogando contra o próprio
patrimônio. Os próximos passos nesse emaranhado serão bem elucidativos e
conclusivos. Se muitos não possuem interesse em saber de todos os
detalhes, outros dizem não ser com eles, esse blog e muitos outros
noroestinos de verdade levarão essa bandeira adiante, custe o que
custar. O centenário Noroeste não merece viver situações como essa e
esse é um bom momento para resolver de uma vez por todas quem de fato o
defende e quem dele só quer tirar proveitos. Que se juntem nessa luta os
realmente interessados em esclarecer isso tudo. É uma luta de todos os
verdadeiros noroestinos.