MEMÓRIA DA BOLA

Em 1942 em Jaú, um jogo reuniu viajantes, comerciantes e funcionários públicos
1OO ANOS `A VISTA

Ano de 2013 à vista, peço licença para uma recordação familiar.  Se por aqui estivessem,  meu pai e minha mãe emplacariam os 100 anos. Como outros pais e mães, deixaram saudades imensas e eternas. No caso do meu pai, Fortunato Rocha Lima, desde cedo  (com apoio da minha mãe, Francisca) viciou os filhos na leitura de jornais, e na discussão doméstica do noticiário, sobretudo político. Era assinante do Diário de São Paulo. Esse vício, passei, com minha mulher Anadir,  aos nossos filhos.
Meu pai alardeava também a sua simpatia pelo São Paulo F.C. Em meados de 1942, Fiscal Sanitário do Estado em Jaú, entrou em campo e posou para a foto que registrou a confraternização de viajantes, comerciantes e funcionários públicos. De terno e gravata, é o primeiro ajoelhado a partir da esquerda.
Prematuramente, uma doença incurável o levou, aos 68 anos, em 1981. Tempos depois, a administração municipal do meu irmão, prefeito  Tidei de Lima, implantaria  em Bauru uma experiência de desfavelamento ,   elogiada, até mesmo, em congresso internacional, em Istambul. Por iniciativa do saudoso vereador, o pastor evangélico José Walter Lelo Rodrigues (1943-2010),   o núcleo habitacional, construído em sistema de mutirão, com centenas de casas,   para servir milhares de  ex-favelados, foi batizado em 1996, com o nome de  Fortunato Rocha Lima.

Em 1951, este XV de Jaú, disputava a Segundona.
E O VELHO OESTE?

Ano Novo despontando, e nele , Bauru, Jaú, Marília, Lins, Araçatuba, Presidente Prudente, potências do Velho Oeste, fora do convívio com os grandes clubes.
Jaú foi a primeira cidade do Velho Oeste à chegar à Primeirona. À altura de 1950, o Palmeiras veio buscar  o goleiro-revelação, Inocêncio Periscinotto. Em troca, abriu o Parque Antárctica e cedeu ao XV de Novembro, cinco reservas: o goleiro Lourenço, o médio Gérsio, o lateral esquerdo Gengo, o meia armador Dino Sani e o centro avante Gino Orlando. Todos alinhados na foto: em pé, da esquerda para a direita, Lourenço, Servílio, Clóvis, Gritta, Gérsio e Gengo; agachados, Américo Murolo, Dino, Gino, Pinga II e Itamar.
O XV ganhou um lugar no Paulistão, depois de vencer disputa com o Jabaquara de Santos. Decisão irradiada em inícios de 1952 pela nova dupla de esportes da PRG-8 Bauru Rádio Clube, da família Simonetti: narrador, o saudoso José Fernando do Amaral, e comentárista  Luciano Dias Pires, hoje vendendo saúde aos 84 anos. 

João F. Tidei Lima/ Historiador



  

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