Falta atitude

O Noroeste encerrou oficialmente ontem a sua participação em competições oficiais neste ano. Isso mesmo. A dois meses das festas de Réveillon, 2011 já acabou para o clube bauruense.
E de maneira mais do que melancólica. No sábado, a equipe sub-20, que fez ótima campanha na primeira fase do Campeonato Paulista da categoria, quando terminou de maneira invicta e deixou para trás clubes como o Guarani na segunda fase, foi eliminada da competição nas quartas de final pelo Paulínia.

Até aí, nada de mais. O adversário mostrou-se mesmo superior, mais equilibrado e já tinha passado pelo Palmeiras nas oitavas de final.
O problema foi a forma como a derrota veio. Quando um time joga em casa e precisa do resultado positivo - o Norusquinha já tinha sido derrotado no primeiro duelo, em Paulínia, por 2 a 0, e necessitava reverter a situação - tem, no mínimo, que entrar em campo com a chamada “faca nos dentes”.

Mas não foi o que ocorreu. Alguns atletas demonstravam certa apatia. O treinador também preferiu colocar três jogadores de marcação no meio de campo e apenas um com características típicas de armador. Faltou ao sub-20 a mesma audácia que os torcedores também não viram na equipe profissional.
 
Profissional, aliás, que ontem parecia time de várzea, tamanha a diferença técnica e tática diante do Paulista, em Jundiaí. O Noroeste, que já não tinha mais chances na Copa Paulista, foi goleado na despedida do torneio por 4 a 0.  Isso sem falar na maior tragédia do ano para o clube, que foi o rebaixamento para a Série A-2 do Paulistão, no primeiro semestre.

A falta de gana é um problema sério para um clube centenário como o Norusca. Os times, desde a base, entram em campo com a mentalidade de, primeiro, não ser agredido, não levar gols. Não à toa, o profissional ficou várias partidas sem perder - mas também sem vencer. Faz tempo que o Noroeste não vê um armador, um verdadeiro camisa 10, despontar no Alfredão. Claro que existem bons valores que podem evoluir mais e até render um fôlego financeiro ao clube. Mas não há nenhum atleta de criatividade que possa ser o diferencial na Série A-2 do ano que vem.

E o que falar ainda das atitudes do meio-campista França e do atacante Anderson Cavalo neste fim de semana? O primeiro perdeu um pênalti de maneira bisonha, discutiu com torcedores, chamou-os para briga e acabou expulso de campo no jogo do sub-20. O segundo não compareceu ao treino do profissional no sábado e nem na viagem da delegação para Jundiaí.
Ou a diretoria repensa algumas coisas e toma atitudes ou 2012 será a mesma tragédia.

Julio Penariol/ Bom Dia Bauru