MEMÓRIA DA BOLA


Essa Ferroviária de 1960 não teve similar no futebol de Araraquara
A FERROVIÁRIA NOS TRILHOS
Por aqui, o nosso Norusca, na sequência infalível do sobe-e-desce.Em Araraquara, a Ferroviária, perdida nas divisões de baixo.
De certa forma, os clubes se igualam nas origens. São do tempo em que o país andava nos trilhos, além de terem sido gerados pelas ferrovias.
Mas, bem diferente do centenário Noroeste, a Ferroviária nasceu na metade do século passado. E teve um início meteórico: fundada em 1950, já em 1956 estava disputando a Primeirona, em 1959 ficou em terceiro lugar no Paulistão, abaixo apenas do campeão Palmeiras, e do vice, Santos.
Na temporada de 1960, o Norusca em quinto lugar, a Ferroviária encostada, em sexto. Treinada pelo técnico José Carlos Bauer, com o melhor time da sua história, na opinião da velha guarda: na foto, em pé, a partir da esquerda, Rosan, Zé Maria, Antoninho, Lucas, Dirceu e Rodrigues; agachados, Faustino, Dudu, Bazzani, Baiano e Beni. Quase todos, logo negociados com os grandes clubes.
Antes do desmanche, a data inesquecível de 4 de novembro de 1960, o estádio da Fonte Luminosa lotado, e 4 a 0  no campeão da temporada, o Santos, de Pelé, Pagão, Zito & Cia, 
O barulho da torcida, dentro e depois fora do estádio, ecoou pela cidade, e chegou ao prédio da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (futura Unesp), naquela tarde recebendo o mais badalado dos filósofos francêses do século, Jean-Paul Sartre, com a mulher Simone de Beauvoir.
Sem dúvida, um dia histórico.

 
Em 1961 esse quinteto representou sapataria da rua Araujo Leite
OS OPERÁRIOS NA QUADRA
O futsal, agitado nestes dias pela Copa TV Tem, meio século atrás sacudia lojas, fábricas e oficinas de trabalho.
Por conta das promoções do SESI, o professor Gino Bacci à frente do seu departamento de esportes. Entre as competições dos VIII Jogos Desportivos Operários daquele Primeiro de Maio de 1961, o torneio de futsal na famosa Panela, lotada.
Com oficina na quadra 3 da rua Araujo Leite, o sapateiro Hildebrando Santângelo, formou o seu quinteto. Que aparece na foto, antes do jogo com o campeão Tilibra:  em pé, o goleiro Gervásio (que depois jogaria no Noroeste), Felipe e Durval; agachados, Hildebrando e Jair.
Tirando Durval, que já nos deixou, todos os demais, incluindo o professor Gino Bacci, estão aí, dispostos e saudáveis.

Por João F. Tidei Lima (Historiador)



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