Este não é o nosso Noroeste


Durante meus 58 anos de vida, cresci com o Esporte Clube Noroeste fazendo ótimas e más campanhas, tendo na direção presidentes que vestiam realmente a camisa do clube e estavam sempre presentes na vida do Norusca, pois viviam em Bauru. Presenciei equipes memoráveis em jogos no Alfredão e lá não recebíamos adversários, e sim submissos, pois ganhávamos de grandes oponentes. Foi uma época em que para jogar no Alfredo de Castilho e querer ganhar do Norusca tinha de comer o pão que o diabo amassou, pois os nossos atletas vestiam a camisa vermelhinha (atualmente nem isto mais temos) por amor, e a torcida noroestina retribuía este gesto com apoio incondicional ao time em campo a partir das arquibancadas do Alfredão.

Hoje em dia, vivemos uma nova realidade e o que vemos é a torcida do Noroeste afastando-se cada vez mais do nosso estádio devido a má gestão do clube e os times ruins montados nos últimos anos. Dizem que é investido muito dinheiro no Noroeste. Então, eu pergunto: para que serve este dinheiro se o Beto Souza, que é o diretor executivo do clube, não sabe usá-lo com inteligência e montar bons times?

O que temos visto, em sua maioria e vergonhosamente vestindo o nosso manto sagrado, é um bando de jogadores catados no laço, sem motivação, sem dignidade e sem competência técnica nenhuma que vão usufruir do SPA do clube. E o responsável por tudo isto ainda vem a público justificar esta lambança toda.

Somos hoje uma torcida composta, em grande parte, por torcedores veteranos. Fica difícil torcer, defender, atrair novos adeptos torcedores para o clube, em especial as crianças, que hoje nascem e nada temos para justificar que abracem as cores vermelha e branca. Nos últimos anos, é raro encontrar garoto algum em Bauru que grite “eu sou Noroeste, o Norusca de Bauru”, simplesmente porque o vermelhinho mais querido do mundo é dirigido por pessoas que não têm o mínimo de identidade com a torcida e muito menos com a cidade de Bauru. Sabemos que crianças torcem por times competitivos e vencedores, que tenham ídolos, e não por times perdedores.

Não resta dúvida que enquanto tivermos no comando do Esporte Clube Noroeste um dirigente do tipo Fernando Garcia, um perdedor que delega poderes para outro perdedor, o seu diretor executivo, o Beto Souza, recordista em rebaixamentos de times (Guarani, Goiás e agora, a caminho, o Noroeste), que não consegue sequer estabelecer um planejamento estratégico administrativo e de gestão esportiva por inaptidão ou incompetência, jamais iremos a lugar nenhum. O Esporte Clube Noroeste, infelizmente, está nas mãos desses indivíduos que não têm a mínima identidade com o clube. Afundam e destroem um clube centenário como o Noroeste e amanhã estarão, com certeza, em outros lugares aprontando as suas costumeiras mazelas. E nós, noroestinos frustrados com mais um fracasso.

Falta o quê para que o grande Noroeste volte a brilhar como nos bons tempos? Em primeiro lugar, ser dirigido por noroestinos de verdade. E a seguir, organização, vontade, objetividade, criatividade, compromisso de direção, comissão técnica e jogadores com capacidade técnica para que o torcedor noroestino veja sua equipe causar vibração, transpirar alegria, despertar desejo de voltar ao Alfredao em peso.

Reynaldo Grillo - um noroestino apaixonado pelo seu clube do coração
Texto publicado na Tribuna do Leitor do Jornal da Cidade

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