Está muito baixo o nível do futebol brasileiro. Até entendo que é início de temporada e os campeonatos regionais acabam servindo mesmo como um tipo de laboratório para as competições que se sucedem.
O clássico paulista Palmeiras x Santos foi de doer. Ainda mais agravado pelas chuvas e interrupções. Pancadaria e pouco futebol. Ainda bem que não faltou empenho.
Os clubes pequenos então estão protagonizando verdadeiras peladas. Uma correria, bicudo para o lado que está virado, incompetência nas finalizações, falta de criatividade e partidas horrorosas.
Com as transmissões pela TV à cabo de todos os jogos a gente acaba tendo oportunidade de fazer uma verdadeira pesquisa e avaliação do desempenho dos clubes e jogadores. O resultado é catastrófico.
Há um nivelamento por baixo e um equilíbrio muito grande entre a maioria das equipes. Basta verificar que a classificação da Série A do Paulistão, por exemplo, mostra os clubes embolados, muitos com o mesmo número de pontos e com diferença em número de vitórias ou saldo de gols, para determinar quem está à frente do outro.
O próprio Noroeste de Bauru, que até agora só ganhou um jogo e está entre os quatro últimos, na zona de rebaixamento, se vencer um jogo vai lá para cima da tabela e quase fica entre os oito primeiros que passarão à próxima fase.
O Mirassol emendou umas vitórias e acabou assumindo a liderança da competição, tal a fragilidade dos grandes. Sinceramente não é nada demais. É a mesma coisa do Americana que parecia um bicho-papão e aos poucos vai entrando no joguinho de todos.
Pode acontecer a mesma coisa ao Mirassol. E não duvide se o próprio Noroeste, que joga lá na próxima sexta feira, não acabar “surpreendendo” o time da casa. Se entrar em campo com vontade, determinação e assumir o clima desse campeonato, ou seja, correria, muita marcação e “bico na bola que o jogo é de taça”, pode acontecer sim.
Já que não há futebol, a vontade e a garra têm que substituir a técnica, que não existe. Esta é a mensagem que o treinador Lori Sandri tem que passar para o grupo e escalar jogadores que entrem e assimilem esse espírito.
Quem há tão pouco tempo se deliciava com o time dos Santos, com Ganso, Robinho, Neymar, André e companhia dando aquele show de bola, tem vontade de chorar com o que está vendo agora nesse Paulistão e pelo Brasil afora.
Por Paulo Sérgio Simonetti