Papo de Futebol

Adeus, Série D

Empatar com o também fraco São Caetano, em casa, foi a senha definitiva. As próximas nove rodadas serão de briga no rodapé da tabela e muito sofrimento para o torcedor noroestino. Muitos dirão que continuar na Série A1 será lucro. Para mim, o prejuízo já está quase liquidado: ficar de fora da Série D. Mais um ano sem competição nacional...
Enquanto o Noroeste não pensar grande, seguirá nessa vidinha de ioiô. É muito pouco concentrar o foco em pouco mais de quatro meses no ano – e depois jogar a Copa Paulista com desdém. É limitado apegar-se aos quase R$ 2 milhões de cota de TV e apostar nessa vitrine para promover jogador de empresário. Ainda mais se os manequins tiverem mesmo pernas de pau.
O Brasileiro da Série B é um ambiente de sonhos para o tamanho do Noroeste, nem precisa almejar a elite nacional. Está a três degraus, já esteve mais próximo em anos anteriores (2006 e 2007), mas não parece uma obsessão alvirrubra. Vez ou outra alguém da diretoria toca no assunto, mais para jogar pra galera do que, realmente, ambicionar esse feito.
Enquanto isso, os itinerantes da vida estão por lá. Grêmio Prudente, Americana e Boa (ex-Ituiutaba, agora em Varginha), com cerca de duas décadas de futebol profissional, estarão de maio a novembro televisionados em pay-per-view e, vez ou outra, na tela do Sportv ou da TV aberta, na RedeTV. Seus jogadores darão entrevistas, seus torcedores comprarão jornais, as rádios locais terão agenda cheia: todo mundo sai ganhando.
Matematicamente, ainda dá tempo de começar a subir essa escada, mas pareço até louco de afirmar isso, tamanho o buraco que aguarda novos tropeços. A Série D vai sumindo no horizonte, a Série A2 é logo ali.

Alheio
Sempre me causaram estranheza comentários de que Damião Garcia pouco se inteirava dos bastidores do clube. Entretanto, parece ser a mais pura verdade. Deve ser apenas o cara que assina o cheque. Como é que o presidente do clube só foi conhecer o novo treinador pessoalmente quase um mês depois de sua contratação? Na coletiva pós-jogo, Lori Sandri confidenciou que foi abraçar o patrão pela primeira vez. Com o líder Mirassol pela frente, pode ter sido também o último.

Nem com mágica
Na véspera da partida contra o São Caetano, o elenco alvirrubro contou com palestra da dupla motivacional Átila e Rosi, famosos ilusionistas. Com todo respeito aos profissionais, teria mais efeito no brio dos jogadores, na manhã de domingo, terem descido de seus confortáveis quartos do hotel Howard Johnson e atravessado a rua. Logo ali, no ginásio da Luso, os guerreiros do Bauru Basket – que derrotaram o poderoso time de Brasília (92 a 85) – deram uma aula de motivação, com sua garra habitual que inflama os torcedores. Um time que é aplaudido até quando perde.

Vale o ingresso
Aliás, nada contra o Noroeste, mas tudo a favor do Bauru Basket. Se você tiver grana para um evento só, não tenha dúvidas. Ver Larry Taylor jogar é comovente, vale cada centato. E a adrenalina do ginásio lava a alma.

Amargou
Registre-se: o Noroeste estragou meu domingo, até então perfeito. Vitória do basquete, show impecável do Pato Fu – no sempre organizado e elogiável Sesc – e golaço do Ronaldinho Gaúcho. Mas terminou com Otacílio Neto brigando com a torcida alvirrubra. Foi o fim da picada.

Por Fernando BH ( Site Canhota 10)

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