100 anos de Noroeste: por que não um parque aquático?


A nossa “Maquininha Vermelha” nasceu no dia 1º de setembro de 1910, devido à vontade dos ferroviários da Noroeste em praticar o esporte em melhores condições. Eram pessoas vindas de todas as partes do Brasil e necessitavam de lazer para distrair os dissabores dos dias trabalhados de forma pesada na prática ferroviária. O símbolo do ECN não poderia deixar de lembrar alguma coisa da ferrovia e o que acabou sendo escolhido foi um limpa trilho de locomotiva a vapor, usado até nossos dias.

O clube recém-formado teve várias sedes até que na década de 1950 começou a construir o complexo esportivo que tem hoje inaugurando o ginásio de esportes em 1956 e o estádio de futebol com 20 mil lugares em 1960. Toda essa epopéia foi desenvolvida com capitais públicos, pois, na época, foi a ferrovia que arcou com todas as despesas da construção do patrimônio que hoje está edificado no antigo complexo Alfredo de Castilho, hoje Damião Garcia. Devemos lembrar que o nosso aeroclube, tão cobiçado pelos especuladores também foi criado com dinheiro público e hoje deve servir ao público como espaço de lazer e de formação de aviadores para o Estado e a nação. Desde o começo o Esporte Clube Noroeste não promoveu apenas o futebol, tendo equipes de atletismo que fizeram história e ganhavam todas as disputas em que faziam parte. Essa tradição de apoio aos demais esportes que não o futebol poderia ser reavivado ainda mais nos dias de hoje onde o esporte de qualquer modalidade faz parte da Economia Criativa que gera receitas, movimenta o município e a comunidade e desenvolve o potencial humano e físico do nosso jovem afastando-os das drogas e outros perigos sociais existentes.

Além de recuperar essa tradição de apoio incondicional aos esportes em geral e ao atletismo, junto com o poder público o Noroeste poderia recuperar e ampliar o parque aquático existente no agora Complexo Damião Garcia que, segundo informações, encontra-se desativado.

Devemos lembrar que a cidade de Bauru, hoje, nos clubes existentes só tem uma piscina semi-olímpica de 25 metros para a prática de natação, em uma cidade de quase 400 mil habitantes e com grande tradição na formação de nadadores, jogadores de pólo aquático masculino e feminino, saltadores, alguns de nível de seleção brasileira.

Não existe em Bauru uma piscina olímpica de 50 metros, o que prejudica a cidade no recebimento de competições oficiais e na montagem de projetos voltados para a formação de esportistas aquáticos. Com uma piscina olímpica de 50 metros, poço de saltos ornamentais, a cidade poderia virar referencias na prática de esportes aquáticos e desenvolver projetos sociais relevantes para a nossa comunidade. Sabemos que os recursos existem, mas demandam esforços políticos, competência técnica na criação dos projetos e uma visão além do esporte mais querido de todos: o futebol.

Agindo assim o Esporte Clube Noroeste poderia ter isenção de impostos federais através de projetos em andamento e continuar contribuindo para o desenvolvimento do esporte na nossa cidade, valorizando a juventude bauruense e evitando que muitos garotos e garotas não se colocassem em situação de risco. È uma proposta aos amantes dos esportes na nossa cidade. Avante, avante Noroeste, Bauru com emoção...e esportes aquáticos no coração.

Por Fábio Pallotta ( professor de história)
Texto publicado no Jornal da Cidade

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