Paulistas do Interior decepcionam

Pesquisando a situação das diversas competições que estão em andamento, mais uma vez nos vem à mente de como o Noroeste perdeu espaço no contexto do futebol brasileiro.


Um clube que já integrou em 1977 o Campeonato Brasileiro, a hoje Série A, que nos anos 90 por duas vezes, integrando a Série B, quase chegou novamente à elite do futebol no país, que recentemente já participou da Série C Nacional, da Copa do Brasil, foi campeão da Copa Paulista, campeão do Interior e hoje...

Ainda bem, literalmente graças a Deus, conseguiu voltar rapidamente à Série A1 do Paulista, caso contrário estaria relegado ao limbo da mediocridade e definitivamente destinado a uma trajetória de queda e ostracismo.

A responsabilidade que aguarda o Noroeste no Paulistão de 2011 é muito maior do que aparenta a um olhar menos atento. Ou ele vai bem ou prenuncia um futuro próximo amargo e preocupante.

Sinceramente o momento é mais difícil do que parece. Seu torcedor está cada vez mais distante, com participação melancólica de uma fraca Copa Paulista, onde brilham clubes pequenos e emergentes, como Red Bull, Linense, Penapolense e outros e sem “carreira” no organograma do futebol brasileiro (fora das quatro divisões). Assim o Paulistão acabou se tornando o único “salva-vidas” para o clube de Bauru.

Aliás, os clubes do Interior de São Paulo estão fazendo um fiasco por aí. Na Série B do Brasileiro a Ponte Preta está em oitavo lugar com 45 pontos, a exatos 7 pontos do quarto colocado, o América de Minas que tem 52. Sobem quatro para a Série A.

O São Caetano é décimo-primeiro, com 41 pontos. O Bragantino é o décimo-terceiro com 40. Guaratinguetá tem 40 também e é décimo-quarto. O Santo André deve cair, com 32 pontos em décimo-oitavo, no grupo da morte.

Na Série C, nosso vizinho e rival Marília é quarto colocado do seu Grupo e deve ficar fora da classificação. Só passam os dois primeiros, que são os emergentes Ituiutaba de Minas e Macaé do Rio de Janeiro.

Na Série D o Botafogo de Ribeirão Preto é lanterninha de seu grupo, onde lideram Madureira do Rio e Tupi de Juiz de Fora, Minas. No Grupo nove, o lanterna é o Oeste de Itápolis, onde Joinvile e Operário MS lideram.

É um erro os clubes paulistas pequenos e médios não enxergarem os campeonatos nacionais com maior interesse. O Paulistão não é mais aquela competição revestida da importância de outros tempos. Não tem progressão. Não habilita o suficiente para buscar uma evolução no ranking do futebol brasileiro.

Essa visão tradicionalista está errada e estamos assistindo a clubes até então insignificantes, crescerem e despontarem para novas realidades. São novos tempos, do futebol-empresa, da visão mais profissional e de criar projetos sabendo aonde se quer chegar.

Meu medo é quando vejo um Internacional de Limeira, que chegou a ser campeão paulista, dirigido por Pepe, na década de 80, lutando e parece estar conseguindo sair da Segundona Paulista para voltar à Série A3. Imagine por que situação passam seus torcedores e os esportistas de Limeira.

A propósito a nossa vizinha Santa Cruzense está com sorte. Com a entrada do Comercial no lugar a extinta Votoraty na Série A2, sobra uma vaga na Série A3 e o clube de Santa Cruz do Rio Pardo vai se juntar aos quatro que vão subir: Inter de Limeira, Taboão da Serra, Paulínia e Velo Clube de Rio Claro.
Por Paulo Sergio Simonetti


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