Uma de minhas revoltas com as arbitragens do futebol era a indecente e humilhante paradinha nas cobranças das penalidades. Felizmente foram proibidas pela FIFA.
No entanto ainda há muita coisa para ser corrigida, aperfeiçoada nas padronizações das arbitragens.
Uma delas, que tem me incomodado muito, é a tendência de uns tempos para cá, de marcar pênalti em visíveis lances de “bola na mão” e não “mão na bola”.
São coisas completamente diferentes. Num caso há uma intenção de impedir o caminho da bola, de interromper sua trajetória, muitas vezes em direção ao gol, ou mesmo um lançamento preciso para o companheiro fazer o gol.
No outro caso o atleta é vítima de um autêntico acidente. Ele é literalmente surpreendido com uma bolada.
Já vi lances ridículos em que o zagueiro vai para a disputa de bola, com os braços para trás, de tanto medo da penalidade que é marcada equivocadamente hoje em dia pelos apitadores.
Desse jeito os zagueiros vão precisar praticar balé, exercitar o “pas-de-deux”, colocando mãozinhas para trás, saltitando e cruzando as perninhas no ar, para poder interceptar o caminho da bola sem cometer pênalti.
Os braços fazem parte do equilíbrio do corpo e não se pode arrancá-los para disputar a bola. Para marcar a penalidade máxima tem que haver uma relação entre o choque da bola na mão ou no braço e um direcionamento claramente proposital do zagueiro em interromper sua trajetória.
Nosso exemplo motivador dessa barbaridade que vem sendo praticada impiedosamente pelas “otoridades” da arbitragem foi o primeiro gol do Santos ontem (domingo-22) na vitória frente ao Atlético Mineiro.
O zagueiro incriminado no lance chegou a levar um susto e puxou bruscamente seu braço direito para trás, fazendo tudo para evitar a batida da bola, mas simplesmente não deu. Não há reflexo e rapidez no ser humano que pudessem evitar o choque. Pois o juizão não teve dúvida: meteu a bola na cal.
Foi mais que uma injustiça. Foi uma vergonha. E essa atitude está padronizada. Todos os árbitros estão marcando pênalti, porque agora também eles aprenderam o tal do dolo ou da culpabilidade. Importaram os conceitos do direito penal, alegando o risco de produzir o resultado.
Sendo assim zagueiro de futebol ou treina muito balé ou arranca os braços para poder evitar os choques involuntários.