Ídolos do Noroeste: Goleiro Chiquinho

Ex- goleiro do Noroeste, Chiquinho defendeu penalty de Pelé na Vila Belmiro, onde já havia estado para teste que preferiu não fazer; ele não considera o feito o principal de sua carreira.



Credito foto: Cristiano Zanardi 
O goleiro Chiquinho mostra a mão usada para impedir o pênalti de Péle, em plena Vila Belmiro: toque com os dedos.
Na estréia no time profissional do Noroeste, em Julho de 1965, Francisco Cefaly Neto, o goleiro Chiquinho, tinha a missão de evitar uma goleada vergonhosa no jogo contra o Santos, time de craques como Gilmar, Carlos Alberto, e ele o rei Pelé. Missão impossível. O jogo era na Vila Belmiro, do outro lado estava a base da seleção brasileira e Chiquinho, aos 18 anos, era um menino recém-criado da base do Noroeste. Nao deu para evitar a goleada.   

O jogo terminou em 6 a 2, cinco gol marcados por Pelé. Poderia ser pior.  Nesse jogo, Chiquinho escreveu uma página importante na história do futebol brasileiro. Importante e quase inédita, porque não foi devidamente registrada. Aos 38 minutos do segundo tempo, o goleiro de Bauru defendeu o penalty batido pelo rei. Pelé chutou para o lado direito do goleiro que havia ameaçado a pular para o lado esquerdo, mas usou sua potente impulsão para mudar a rota. Chiquinho tocou a bola com os dedos da mão. Ela foi para fora. "Toquei, mas isto não ficou caracterizado", conta.    

Na versão oficial, Pelé bateu mal o penalty apos a tradicional paradinha. O árbitro anotou tiro de meta, não escanteio. Nem mesmo Chiquinho valorizou o feito. Segundo ele não dava pra saber que o craque construiria quase sem perder penaltis. "Na minha carreira, posso dizer que peguei 80% dos penaltis", diz. "Defender era natural".  

Chiquinho foi  menino de classe media alta, que começou a jogar nos campinhos de terra da região central de Bauru. Cresceu na quadra 3 da rua Monsenhor Claro, onde mora ate hoje.  O pai dono de depósito de ferro velho, era grande fan de futebol e costumava seguir o Noroeste. Deu para o filho o uniforme completo do Botafogo, time lendário na época.  Com os amigos, Chiquinho montou o Botafogo, que jogava no campo em frente ao antigo estadio do Noroeste.     


Ele começou como ponta direita , mas ao ser convidado para jogar na várzea, pela Portuguesinha, foi treinado pelo boleiro Nenê, que o ensinou a arte da defesa. " Eu jogava porque gostava. Nem pensava em ser um profissional", lembra.  Em 64, com a morte do pai, começou a levar o futebol a sério e aceitou o convite do Noroeste para assinar contrato profissional.     

O goleiro atuou em amistosos antes da estréia na equipe profissional, no jogo do campeonato paulista em que impediu o gol de Pele.  Saiu da Vila Belmiro como um dos destaques. Não por causa da defesa não registrada, mas por ter impedido o massacre total ao defender vários ataques, A ironia e que, antes do Noroeste, Chiquinho já havia estado na Vila, a convite de um dirigente que viu a sua atuação na Portuguesinha. Ele e Marinho Xuxu foram para um teste, mas não tiveram coragem de entrar no campo onde já brilhavam Pelé e Toninho Guerreiro. "Ficamos acanhados"  

Por: Bom Dia Bauru

Perfil do Chiquinho   


Nome: Francisco Cefaly Neto    
Idade atual: 65    
Onde nasceu: Bauru  
Times onde  jogou: Noroeste, São Manuelense, Garça, Corinthians de Prudente, Umuarama, Linense, Velo Clube de Rio Claro, Gremio São-Carlense, Rio Branco de Ibitinga, Oeste e Lençoense Principais conquistas: Campeão pelo Noroeste em 1970(acesso a primeira divisão, atualmente Série A-1 do paulista) e vice-campeão pelo Garça em 1972.  
Família: Reside atualmente em Bauru, casado com Dona Celene, pai de duas filhas e avô de três netos.




foto: Gazeta Esportiva...Credito: Zancopé Simões
Mais uma formação fantástica do Noroeste de todos os tempos....Time do acesso ao paulistao em 1970,com Chiquinho no gol.

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