INVENTORES DOS
CARTÕES
Como sabem os memorialistas, antes do futebol globalizado de hoje, que mistura diuturnamente jogadores e árbitros de todas as partes do mundo, a diferença das línguas causava confusões.
Por exemplo na Copa do Mundo da Inglaterra em 1966, Alemanha enfiando 4 a 0 no Uruguai, o árbitro inglês Finney expulsou o centroavante uruguaio Silva. Que não entendeu e permaneceu no gramado. Finney chamou a polícia para tirá-lo.
Na mesma hora, em Londres, o árbitro alemão Kreitlen, jogo da Inglaterra contra a Argentina, advertia o capitão argentino Rattin. Que, alegando não entender a advertência do árbitro, gesticulou e pediu um intérprete.
Supondo que o argentino estivesse xingando sua mãe, Kreitlen decidiu expulsá-lo. A caminho do vestiário, Rattin passou a mão numa bandeira inglesa de escanteio e fez sinal de roubo...Placar final, Inglaterra 1 a 0, conquista da Copa à vista.
O lance que precipitou a expulsão de Rattin, conforme a foto, acabaria motivando o surgimento dos cartões amarelo e vermelho a partir da Copa de 1970 no México.
FUTEBOL GLOBALIZADO
Anos atrás, um dos maiores historiadores dos séculos 20 e 21, Eric Hobsbawm (1917-2012), sempre enxergando adiante do seu tempo, opinou sobre o futebol monitorado pelos mercados milionários da Europa, Asia e América do Norte.
Gostava de visitar o Brasil, como aparece na foto. Numa das
entrevistas, lamentou que os clubes da África e da América Latina,
tivessem virado centros de formação e recrutamento. Sem caixa para segurar suas revelações e valorizar seus torneios domésticos, matrizes sagradas de identidade. João F. Tidei de Lima/ Historiador