ESCORRAÇADO DO CLUBE!
Vésperas da decisão do Paulistão de 1956, entre São Paulo e
Santos, no Pacaembu. Eliminado da disputa, o presidente do Corinthians, Alfredo
Trindade, cobra criada, emite um alerta para a Vila Belmiro. Suspeita de
suborno.O Santos então afasta a zaga titular e escala os reservas Wilson Capão
e Feijó.
O São Paulo, confiança cega, entra em campo, faz 2 a 1 no
primeiro tempo. No segundo, comandado por Jair da Rosa Pinto o Santos reage e
destroça o Tricolor: 4 a 2. Com dois suspeitos frangaços do goleiro argentino
Bonelli, na mesma semana escorraçado do clube.
Anos depois, presidente do São Paulo entre 1972 e 1978, o advogado
Henry Aidar mandou queimar todas as fotos dos arquivos e do museu do Morumbi,
onde aparecia o goleiro. Inclusive essa, que ilustra a matéria: em pé, a partir
da esquerda, o dirigente Paes de Almeida, o técnico Feola, Riberto, Sarará,
Bonelli, Turcão, Alfredo e Mauro.; agachados, Maurinho, Lanzoninho, Gino, Dino
e Canhoteiro.
POR FALAR EM SUBORNO...
Naquele 1951, o jornalista Nicola Avallone Jr., o Nicolinha
(1919-2010) presidia o Bauru A.C. com dupla expectativa: um olho na Primeirona
e outro na Prefeitura da cidade, eleição dentro de alguns meses.
Para montar e orientar o chamado Esquadrão da Primavera, foi
ao Rio buscar o consagrado Domingos da Guia. Integrando o Grupo Oeste, na
Segunda Divisão, o BAC seguia batendo, um a um, os adversários. Até o jogo
decisivo contra o São Ben to de Marília, em Bauru.
Quando Domingos da Guia, absurdamente, escalou dois
zagueiros que não eram titulares, um dos quais há meses sem jogar, e pesando
quase 100 quilos. Resultado final, São
Bento 2 a 1, o BAC descartando a
Primeirona e o seu presidente derrotado
nas eleições para a Prefeitura, no mês de outubro.
Nicolinha seria eleito prefeito sòmente em 1955. e, mais
tarde, deputado estadual. Conforme aparece na foto, ao lado de João Simonetti,
à direita, e Luís Falanga, à esquerda.
João F. Tidei Lima/Historiador