RACISMO PURO!
José Eleutério, o popular Zimba (1926-1961), na foto ladeado
pelos colegas, à esquerda Rezende, e à direita Benão, à altura de 1958 era
árbitro da Liga Bauruense de Esportes.
Seguidamente escalado para dirigir jogos dos campeonatos
amadores de Bauru e da região.
Competência reconhecida, era uma espécie de "Pelé do Apito". Mas nem
isso lhe abriu as portas da Federação Paulista de Futebol. Motivo: era negro,e
não havia nenhum negro no quadro de árbitros da FPF.
Racismo puro, e como de costume não confessado, no caso,
pela FPF. Característico da sociedade brasileira, que, ao longo da história
republicana sempre preferiu a dissimulação, ao contrário dos Estados Unidos
onde os conflitos raciais foram explicitados e, por isso, abertamente
combatidos. Desde a guerra civil (1861-1865).
Não por acaso o país é presidido por Barack Obama, tendo
ainda governadores e dezenas de parlamentares e magistrados negros em vários
escalões. Enquanto isso, no Brasil, último país da América a acabar com a
escravidão, o Dia da Consciência Negra não é nem feriado nacional.
LAUDZE MENEZES
Autodidata, eclético, compenetrado, profissional, o
radialista Laudze Menezes (1936-1989) cobria com exuberante competência, de
jogos de futebol, desfile cívico, corrida de cavalos, eventos políticos,
religiosos e culturais, à bailes carnavalescos, como aparece na foto, à
esquerda, ao lado do locutor Marino Frabetti e do técnico de som Waldir
Schubbert .
No dia 3 de dezembro de 1989, Laudze Menezes decidiu partir.
O rádio em Bauru ficou mais pobre sem ele.
João F. Tidei de Lima/ Historiador
João F. Tidei de Lima/ Historiador