MEMÓRIA DA BOLA




DESAFIANDO O  GALO

Eu estava lá, no lançamento do livro "Relembrando" do Samuel Ferro. Até chegar à direção de jornalismo da TV Prevê, aos 63 anos,  o Samuel cumpriu trajetória que não envergonha ninguém.
Iniciada em 1964 na Rádio Cultura de Pederneiras, passagem rápida pela Rádio Jornal de Bauru em 1971, depois o desembarque na Rádio e Televisão Record, da família Machado de Carvalho, em São Paulo. Empunhando pesado microfone volante era o repórter do Desafio ao Galo.que cobria o futebol amador da Capital, sob o comando de Raul Tabajara.
Bandeirantes, Panamericana, Tupi, Marconi e Difusora de Guarulhos foram outros prefixos do Samuel Ferro,  lado a lado com  gente como Osmar Santos, Fiori Giglitti, Joseval Peixoto, além de Fausto Silva. À altura de 1981 a foto flagrou Samuel Ferro em pleno gramado, com o diretor de TV Osvaldo Seco mais o Faustão.


PÁTRIA EM  CHUTEIRAS?

A expressão cunhada pela jornalista Nelson Rodrigues (1912-1980) foi valida para os tempos românticos do futebol, lá por meados do século passado.
Não tem o menor sentido no mundo globalizado de hoje onde o futebol é controlado como empresa multinacional, em campo os seus agentes e as cifras milionárias de euros e dólares.
Por isso não se justifica a choraminga condenando a atitude do brasileiro de nascimento com cidadania espanhola, Diego Costa, que optou por defender a seleção da Espanha na próxima Copa do Mundo.
À rigor o pano de fundo da choraminga  é a escassês de craques no nosso mercado. Pouco mais de meio século atrás, o Brasil bicampeão mundial (1958/62) ninguém estava nem aí com a decisão do ex-palmeirense Mazzola e do jauense, ex-santista Angelo Sormani, que trocaram a seleção brasileira pela italiana. São até hoje cidadãos italianos. Sormani é o terceiro em pé, na foto de 1963,  a partir da esquerda, ao lado dos companheiros da Roma.

João F. Tidei de Lima/ Historiador

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