DEIXOU OS GRAMADOS...
Breno Higino de Mello (1931-2008) era meia direita daquele
histórico Grêmio Esportivo Renner, fundado por funcionários de uma empresa , e
que, em 1954 quebraria a hegemonia do Gre-Nal, ao festejar o título de campeão
gaúcho.
Com o time da foto, em pé, a partir da esquerda, Valdir,
Pinga, Léo, Bonzo, Ênio Rodrigues, Paulistinha; agachados, Pedrinho, Breno,
Juarez, Ênio Andrade e Joelcy.
Quase todos já partiram. Uma das exceções é o goleiro Valdir
de Moraes, depois campeão pelo Palmeiras, e integrante das comissões técnicas
do mestre Telê Santana na seleção brasileira e no São Paulo F.C.
Quanto ao Breno, anos depois do título estadual, deixaria o
Sul, contratado pelo Fluminense do Rio. À altura de 1958 teve convite do
diretor francês Marcel Camus para estrelar o filme Orfeu do Carnaval,
ambientado em favela do Rio de Janeiro...
...RUMO AO CINEMA!
O enredo nasceu de adaptação
do texto Orfeu da Conceição do
poeta Vinícius de Moraes (1913-1980). O filme é uma visão exótica do Rio ao som
da música de Tom Jobim, do próprio Vinícius, e de Luís Bonfá.
Breno de Mello interpreta um morador de favela, o motorneiro
de bonde Orfeu, que se apaixona por Eurídice, recém saída do sertão nordestino.
Ela conhece o carnaval carioca guiada por Orfeu, devidamente trajado como
mostra a foto. Mas a quarta-feira de cinzas,
não será para ambos apenas o fim do carnaval. Ao tentar subir o morro,
Eurídice morre eletrocutada. No desespero, carregando o corpo da amada, Orfeu
escorrega e despenca na ribanceira.
Orfeu do Carnaval, como se sabe, ganharia a Palma de Ouro no
Festival de Cannes de 1959, e o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1960 nos
Estados Unidos.
João F. Tidei de Lima/ Historiador