Reunião do Conselho teve ex-dirigentes barrados, discussão
com empresários e confiança no presidente
A reunião do Conselho Deliberativo do Noroeste, realizad
ontem à noite, teve tudo o que uma situação de crise pedia. Ex-dirigentes foram
barrados, discussão forte entre o presidente Anis Buzalaf Júnior e empresários
do meia Romário e até mesmo uma tentativa de união entre Conselho e diretoria
executiva, com uma parceria elaborada.
Porém, poucas decisões foram tomadas de fato pelos
conselheiros presentes.
Até mesmo essa parceria apresentada, que visa mudar a gestão
do clube, será ainda discutida outras vezes nos próximos dias.
As denúncias contra o presidente Anis Buzalaf, motivo desta
reunião, foram acatadas depois de ouvirem as explicações dele – com exceção de
uma delas, que será apreciada semana que vem. “É uma em que o clube não deveria
nem comprar e muito menos pagar”, afirmou Toninho Rodrigues, presidente do
órgão.
Tanto o Conselho Deliberativo quanto Anis estavam felizes
com o final da reunião, ainda mais com um projeto de parceria com empresários
da cidade. Neste projeto, haverá quarenta cotas no valor de R$ 2 mil cada,
gerando uma receita de R$ 80 mil para o clube.
Em contrapartida, as empresas que adquirirem esta cota farão
parte de um conselho gestor que tomará decisões ao lado do presidente Anis
Buzalaf Júnior. Algo semelhante ao que acontece com o Santos, que possui seu
presidente e um Conselho de oito pessoas.
A proposta é polêmica, evidentemente. Afinal de contas, no
fundo seria uma espécie de terceirização do futebol noroestino. “Não vejo como
isso. É um grupo de amigos noroestinos que irão fazer com que o clube seja
viável”, continuou Toninho Rodrigues.
O clima de paz no fim era algo impensável após algumas
confusões antes e durante a reunião. Para começar, o ex-vice presidente Filipe
Rino e o ex-diretor jurídico Thiago Rino não puderam participar da reunião e
explicar os motivos reais de suas saídas.
Eles estavam na posse de vários documentos que mostrariam
uma suposta “gestão temerária” de Anis, inclusive com uma venda mal-sucedida do
lateral Mizael para um empresário da cidade por poucos R$ 25 mil – a
negociação, porém, foi barrada pelos irmãos.
Outras situações foram levantadas pelos dois, desde o mau
uso do dinheiro noroestino como também a falta de receitas angariadas pelo
presidente Anis Buzalaf Júnior.
Depois disso, dois empresários do jogador Romário, que
ganhou na Justiça seus direitos federativos pela falta de pagamento do FGTS,
foram tirar satisfações com o presidente no meio da reunião.
A discussão por pouco não virou briga. As duas partes
trocaram ofensas e acusações, com frases do tipo “aqui não tem moleque”. A
principal queixa, claro, era a possível perda de 60% dos direitos sobre o
jogador. Eles, ao lado do presidente, tentavam viabilizar maneiras de entrar
com liminar na próxima segunda-feira.
Mas, depois disso, tudo virou para a calmaria no final.
“Tudo já está esclarecido. As contas foram aprovadas pelo Conselho”, concluiu
Anis.
Quer dizer, quase tudo presidente. Nesta sexta-feira o clube
precisou recolher o FGTS de outros atletas para impedir mais saídas.
Os salários serão quitados nos próximos dias e até a
distribuição de água foi afetada - ontem o clube sofreu um corte de energia que
afetou a bomba d’água do clube. Durante a reunião do Conselho muitas pessoas
que moram nos alojamentos foram tomar banho no ginásio Panela de Pressão. Como
se vê, muita coisa ainda precisa ser resolvida.
Gustavo Longo/ Bom Dia Bauru