Como é fácil cair... como é fácil subir



Ainda bem que essa antítese é verdadeira. As experiências mostradas ao longo da minha vida profissional e de desportista têm cada dia mais comprovado essa tese, quando falamos dos clubes pequenos e médios do nosso Interior. Especialmente com os regulamentos atuais, prevendo o acesso e rebaixamento de quatro equipes.

Veja o Noroeste, como um exemplo mais próximo. Na Série A3 e com tudo pronto para cair à Segunda Divisão e praticamente fechar suas portas e encerrar sua vida esportiva centenária, surge a figura do empresário e noroestino de coração, Damião Garcia.

Ele assume o clube, injeta algum dinheiro, reorganiza a parte administrativa, recupera as dependências do complexo de Alfredo Castilho e, em menos de três anos coloca a equipe novamente na Série A1 do Paulista.

Fica entre os primeiros colocados, sagra-se campeão da Copa Paulista, disputa Copa do Brasil e Brasileiro Série C e não foi mais longe, porque ficou doente e abandonou seu projeto vitorioso em Bauru e no Noroeste.

Conclusão: 2013, retorno à Série A3 e se bobear retorno também ao caos de outrora. Fácil subir... Mais fácil ainda descer. A alegria durou 10 anos.

Outros exemplos saltam aos nossos olhos. O Linense é um deles. Sepultado por mais de 50 anos, o “Elefante” ressurgiu das cinzas e retornou à elite paulista, onde vem se mantendo até qualquer dia desses. E por quê? Dinheiro, planejamento e organização.

Vejam a Penapolense. Um clube completamente marginalizado das tradições do nosso futebol paulista. Começou um trabalho sério de base, foi se estruturando e em poucos anos com aportes financeiros, empreendeu uma arrancada vertiginosa à Série A1, fazendo excelente campanha.

Na Série A2 há muitos outros exemplos. O Capivariano. O que é isso gente? Essa pergunta fica para os desinformados. Há algum tempo venho escrevendo e falando desse clube, que vinha crescendo e poderia chegar. Está perto de subir também para a Série A1. Motivos: os mesmo acima citados.

Sem falar nos clubes-empresa, como Red Bull e Audax. Esses têm muita lenha para queimar e podem chegar até no Brasileirão. Esperem e verão.

Portanto a fórmula é a mesma e tem resultado muito rápido. Enquanto uma empresa leva no mínimo uma década para acontecer, um clube de futebol, nos limites de seu raio de possibilidades no contexto do futebol paulista e mesmo de qualquer Estado pode subir feito rojão... E descer também.

Exemplos de descida não faltam. São tantos que nem vale à pena citar. Mas vamos lembrar alguns: Marília, XV de Jaú, Internacional de Limeira, Noroeste, América de Rio Preto, Ferroviária, São Bento de Sorocaba, Guarani e dezenas e dezenas de outros.

O Noroeste pode escolher. Só existem dois caminhos: Ou se organiza e conta com projetos, gestão e aportes financeiros compatíveis ou sucumbe no limbo do ostracismo e do fracasso.

Paulo Sérgio Simonetti/ Rádio 94 FM de Bauru


Postar um comentário