Noroeste não vence a Ferroviária fora de casa desde 1988. Hoje, às 20h, terá mais uma chance para quebrar esse tabu e seguir entre os oito na Série A-2
Tente puxar pela memória, torcedor noroestino, da última
vitória bauruense em Araraquara. Não conseguiu? Não é por menos. Muitos
torcedores da Sangue Rubro não viram este jogo porque já se passaram 24 anos da
última vitória do Noroeste na casa da Ferroviária, rival de hoje à noite na
A-2.
O jogo será na Arena da Fonte, às 20h, e é válida pela
quinta rodada da competição. O Noroeste é o quinto colocado, com sete pontos.
Já a Ferroviária vem logo atrás, na sexta posição, com seis.
Porém, mais do que se estabelecer entre os oito melhores,
que avançam para a segunda fase, o que está em jogo é este tabu de um rival
tradicional e que cresceu nos últimos anos.
No fim da década de 1990 e início dos anos 2000, com a crise
no Noroeste e depois na Ferroviária, eles se enfrentaram poucas vezes. Mas nas
últimas temporadas, travaram embates sucessivos na Copa Paulista ou na Série
A-2.
E nada de o tabu cair. O último triunfo fora de casa foi no
dia 21 de agosto de 1988, pelo torneio Eduardo José Farah. Na ocasião, o
Noroeste venceu por 1 a 0. O confronto tem um retrospecto equilibrado, com 38
vitórias do time de Araraquara e 36 do
bauruense.
Mas, para piorar ainda mais a situação, nos últimos dez
jogos o Noroeste só venceu um, que foi justamente na Série A-2 do ano passado,
no 1 a 0 realizado no estádio Alfredo de Castilho. Este foi o único gol
noroestino nos últimos cinco jogos.
Nem mesmo o time campeão da Copa Paulista conseguiu quebrar
isso. Ainda sob o comando de Amauri Knevitz, o Noroeste empatou sem gols em
casa e perdeu por 1 a 0 na Arena da Fonte..
Mas os números não entram em campo e a comissão técnica do
Noroeste garante que a Ferroviária também precisa abrir o olho para não ser
surpreendida em casa nesta rodada.
“Assim como o Noroeste, a Ferroviária é um time de primeira
divisão. O time foi mantido da última temporada e sabemos a qualidade que eles
tem. Mas pode ter certeza que será complicado para eles também essa partida”,
afirmou o técnico Carlos Alberto Seixas.
Para isso, ele irá manter a mesma formação pela primeira vez
nesta temporada. O treinador gostou do desempenho dos meias Daives e Joãozinho
na vitória de 2 a 0 sobre o Catanduvense no último domingo e os manteve na
equipe. Assim, o zagueiro Magrão continua no banco de reservas.
“Não tem dor de cabeça. Todos os jogadores vieram para fazer
isso e montar um grupo competitivo”, concluiu Seixas.
‘Azar e sorte’ definem empate do Noroeste
Equipe teve dois jogadores machucados no primeiro tempo, mas
conta com a ajuda da trave para garantir o empate em 1 a 1 com a Ferroviária
ontem à noite
O Noroeste tinha tudo para reclamar do azar ontem à noite,
em Araraquara. Mas não. O time contou com muita sorte para segurar o empate em
1 a 1 com a Ferroviária pela quinta rodada da Série A-2.
O resultado mantém o time bauruense no G-8, com oito pontos
e na sexta posição. Já a Ferroviária foi para sete pontos e caiu para a décima
posição. O resultado embola de vez a briga pelas vagas na segunda divisão
paulista.
O técnico Carlos Alberto Seixas pode reclamar das duas
alterações feitas no primeiro tempo por conta das contusões de Joãozinho e
Diego, dois dos seus principais
jogadores. Pode reclamar também a saída de Daives no segundo tempo, também sem
condições de continuar em campo.
Mesmo assim, não poderá dizer em azar neste jogo nos
próximos dias. A Ferroviária colocou duas bolas na trave em dois minutos no
primeiro tempo. Também viu Yuri salvar um gol contra que seria cometido por
Cazão já no segundo tempo.
No fim das contas, o empate em Araraquara foi um bom
resultado, apesar do tabu de 24 anos sem vitória noroestina por lá continuar
por mais um ano.
“O resultado foi importante para a gente. Agora temos que
somar pontos contra os nossos concorrentes diretos. E ainda teve duas bolas na
trave. Graças à Deus quando não pega, ela está ajudando”, afirmou o goleiro
Yuri, grande nome do Noroeste na partida.
E olhe que no começo do jogo até parecia que o Noroeste ia
quebrar esse tabu. Com um sistema defensivo bem postado, o time praticamente
anulou as principais jogadas da Ferroviária e controlava a posse de bola no seu
campo de ataque.
Mas o time não conseguia criar chances e a situação piorou
aos 12min, quando Joãozinho, destaque do último jogo, sentiu uma fisgada na
coxa e teve que ser substituído. O Noroeste seguia na frente e num chute de
Adílson que desviou na zaga, o goleiro rebateu e Nathan chutou forte para abrir
o placar para o time bauruense.
Se a Ferroviária já partiria para cima, aumentou a
intensidade após a saída de Diego, com dores no pé. O jogo mudou. Era o
Noroeste que se defendia das investidas da Ferroviária. Em duas delas, aos 46 e
47min, a equipe da casa acertou duas bolas na trave com Obina e Wellington
Amorim.
No segundo tempo a situação não melhorou. O Noroeste até teve
uma boa chance com Cazão aos 3min, mas aos 12min a Ferroviária chegou ao empate
com Jonatan Obina desviando cruzamento.
O Noroeste tentava se defender e dependia exclusivamente de
Nathan puxar algum contra-ataque. Ainda deu tempo de Adinan, sozinho, chutar em
cima do goleiro aos 47min do segundo tempo a chance de vitória para o time
bauruense. Não foi por falta de sorte.
Gustavo Longo/ Bom Dia Bauru