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No G4, mas com as contas no vermelho - situação do Norusca no campeonato não coincide com a realidade extracampo

“Apesar de todo o descomprometimento da sociedade bauruense, estamos acertando os salários. Se os bauruenses não se mobilizarem, o Noroeste vai acabar. Esse mês estamos pagando, não sei como vamos fazer no mês que vem”. Foi desta forma que o presidente Anis Buzalaf Junior, com semblante tenso, resumiu a situação atual do Noroeste. Bem em campo, com 17 pontos e a quarta colocação da Série A-2, o clube alvirrubro vive dificuldades fora dele.

A primeira metade dos salários de janeiro, com vencimento na primeira semana de fevereiro, foi paga antes do Carnaval. Porém, somente na quarta-feira à noite o clube conseguiu pagar a parte que faltava dos atletas, e no final da tarde de ontem, ainda pagava parte dos funcionários.

Sem nenhum patrocínio master desde a saída da Kalunga, em dezembro, e com o salário de novembro e o 13º salário de 2012 em aberto – a atual gestão entende que são de responsabilidade da antiga diretoria – o clube bauruense tenta a cada dia fechar a conta no final do mês. A renda dos jogos em Bauru tem sido pífia, até deficitária, e poucas empresas até agora estão patrocinando a equipe no Estadual.

A declaração forte do presidente noroestino escancara, de maneira contundente, a atual realidade do clube. Mais do que isso, mostra a situação dramática pela diferença entre o valor arrecadado e as despesas – extraoficialmente, fala-se em valores entre R$ 180 mil e R$ 200 mil mensais para tocar o Noroeste.

Tábua de salvação

Nos próximos dez dias, o dinheiro relativo aos 5% de clube formador do volante França, negociado com o Hannover, da Alemanha, pode chegar aos cofres do Norusca. “O dinheiro já está no Brasil, mas devido a alguns trâmites burocráticos existe essa demora. Mas em breve o Noroeste já deve receber o valor a que tem direito”, explicou Marcelo Lipatin, procurador do atleta. O valor exato que será repassado ao Noroeste ainda não é conhecido, mas pode chegar perto do que é gasto em um mês no clube.

Thiago Navarro/ Jornal da Cidade

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