Em 1958, Hospital de Base ao fundo, o fogo consumia o velho Alfredão |
O 23 de novembro se aproximando, a memória acende: 54 anos atrás, o velho estádio Alfredo de Castilho começava a desaparecer do mapa da cidade. Localizado nas proximidades do Hospital de Base, antigo Hospital Regional, nome apropriado para definir na época a abrangência dos seus elogiados serviços.
Naquele domingo à tarde, pelo Paulistão, São Paulo e Noroeste
mandaram à campo o que tinham de melhor. De repente, lá pela metade do
primeiro tempo, um incêndio nas arquibancadas de madeira. Corre-corre,
jogo suspenso, parte dos 15 mil torcedores derruba o alambrado. Eu vi.
Com a queda da energia, a PRG-8, da família Simonetti, que transmitia o jogo na voz de Paulo Milton Sassi, passou a falar dos seus estúdios. A Auri-Verde, da Rede Piratininga, que irradiava com Nelson Reginato, passou a falar de Jaú, onde José Haddad acompanhava XV e Corinthians.
Sobrou para a Rádio Emissora Terra Branca, do vereador Horácio Cunha,
solitária e heróica, com aparelhagem alimentada por bateria, informando
ininterruptamente e colaborando para um desfecho sem vítimas fatais.
Ao microfone o narrador Nilton Silveira, mais tarde advogado e juíz de Direito. E o repórter Cyrillo Jr. que continuaria casado com o rádio. Um e outro nos deixaram dois anos atrás. Faz tempo que também partiram Haddad, Horácio e Reginato. Com saúde, firme e forte, Paulo Milton Sassi mora em Campinas.
Em 1958 o Tricolor desembarcou na majestosa estação ferroviária. |
A CHEGADA, POR TREM
Na véspera do jogo suspenso pelo incêndio, o São Paulo chegou à cidade pelo trem rápido da Companhia Paulista de Estradas de Ferro.
Centenas de bauruenses aguardando na saudosa estação ferroviária. Entre eles o professor Gino Bacci, antigo zagueiro do BAC, com passagem pelo juvenil do próprio São Paulo. Proprietário do Hotel Avenida, onde se hospedaria a delegação.
A foto mostra, a partir da esquerda, o zagueiro são-paulino De Sordi, o locutor Geraldo José de Almeida(1919-1976), da Rádio Record, e Gino Bacci, hoje entrando passando dos 90 anos, com saúde, e circulando pela cidade. De Sordi, 81 anos, mora no Paraná.
João F. Tidei Lima/ Historiador