“De todas as decisões que tivemos, é a grande decisão”.
Assim resume a final da Copa Paulista contra o Audax, o técnico Moisés Egert,
que desde que assumiu o Noroeste encarou uma maratona de jogos decisivos.
Primeiro, para classificar a equipe à segunda fase. Depois, fase a fase, veio
reiterando que o time sempre jogasse como se fosse uma decisão de título. E
hoje, a partir das 10h, no Estádio Alfredo de Castilho, é. É a decisão das
decisões. O Norusca encara o Audax na primeira partida das finais da Copinha,
um jogo considerado crucial pelos noroestinos para ficar com o título da
competição, após sete anos da conquista de 2005. O segundo duelo da definição
do campeão está marcado para o próximo domingo, no mesmo horário, no Estádio
Nicolau Alayon, em São Paulo. O campeão ainda garante participação na Copa do
Brasil do próximo ano.
Durante a semana, comissão técnica e jogadores não
esconderam a importância da primeira partida contra o Audax. Pelo Noroeste
jogar em Bauru, pelo Audax ter melhor retrospecto fora de casa e por uma
vitória jogar a pressão para o lado adversário, que teria de reverter a
desvantagem em um campo menor e mais complicado para criar, como o Nicolau
Alayon. “No mata-mata, o primeiro jogo é fundamental. Normalmente é
equilibrado, mas em uma situação de desequilíbrio é o que faz a diferença.
Vamos para um primeiro jogo em que o Audax é forte fora de casa e podemos,
dependendo da situação, resolver. Nossa equipe vem jogando bem em casa, o Audax
vai pegar uma equipe que hoje joga bem em casa”, aponta Egert.
O treinador aprofunda seu raciocínio e analisa o oponente. “Se
eles jogam bem fora de casa, temos que jogar bem em casa, porque eles vão estar
jogando fora. Sabemos que eles têm um pouco de dificuldade em casa pelas
dimensões do campo e pela maneira como eles jogam. É um time leve, que gosta da
posse de bola e estamos trabalhando para neutralizar isso”, aponta.
Egert estudou o adversário da decisão e passou aos jogadores
a atitude adequada para o embate. “Hoje, o campeonato nos diz que o Audax joga
bem fora de casa e vimos a postura da equipe que foi adversária do Audax no
último jogo (Ferroviária) não ideal para uma decisão. Não podemos repetir
isso”, alerta. “Em um jogo como este tem que ter imposição, agressividade e o
controle desde o início. Temos que dar o ritmo do jogo e não deixar o Audax
fazer isso”, receita Egert.
Preço da glória
Questões de mando, dimensões de campo e escalação das
equipes à parte, Egert mostra confiança mesmo é no preparo e poder de decisão
de sua equipe. “O Audax vai pegar uma equipe preparada para este momento.
Futebol, alguém vai ter que vencer, alguém vai ter de sair campeão, que é por
mérito. Pode não ser nós, mas tenho certeza que vamos fazer de tudo para
conseguir os resultados para nos deixar campeões. Dentro de campo, a doação, a
entrega, vai ser plena. Vamos trabalhar no nosso limite, no esforço o tempo
todo. Pode ser que o Audax seja campeão, mas o preço tem que ser alto. Da mesma
maneira que temos que pagar este preço para ganhar do Audax, o Audax vai ter
que pagar este preço para ganhar da gente”, garante.
O técnico salienta que a equipe está ciente de como encarar
a final e da possibilidade de encerrar a temporada comemorando um título e
entrando para a história do centenário Noroeste. “Cada um tem um objetivo
individual fazendo um objetivo coletivo. Temos a oportunidade de terminar o ano
como campeões. Essa é a oportunidade, o grande jogo, a decisão. Nós somos os
escultores de nossa obra e a principal obra é a próxima”, conclui.
Time completo
O técnico Moisés Egert tem o retorno do atacante Diogo e do
lateral-esquerdo Ralph, que cumpriram suspensão automática na vitória sobre o
Velo Clube na última rodada. Ambos tiveram seus julgamentos adiados no Tribunal
de Justiça Desportiva (TJD) da Federação Paulista de Futebol e estão liberados
para encarar o Audax. “São jogadores titulares que estão voltando e jogadores
importantes. Mas neste momento, não tem titular. Independentemente de quem vai
jogar, todos temos que ser um. A gente tanto lutou, pagou o preço para chegar a
um lugar como esse e agora é a grande decisão. É hora do prêmio, do banquete”,
destaca o treinador.
Egert lembra que Giovanni e Daniel Grando, que substituíram
os titulares na rodada passada, tiveram boa atuação. “Isso me deixa confiante,
seguro e tranquilo de que tenho condição de reposição durante o jogo em um
nível muito bom”, pontua. A tranquilidade de Egert se estende para a
finalíssima da próxima semana, em São Paulo, quando Ralph pode ficar de fora,
já que corre risco de pegar até 180 dias de suspensão no TJD. “Sabemos que
provavelmente o Ralph não jogue a última partida. Vamos fazer a defesa, mas
sabemos que é complicado. O Giovanni está em um momento bom”, considera.
O técnico se mostra satisfeito com a resposta do elenco que
tem em mãos, que correspondeu no momento necessário, sem deixar o nível da
equipe cair em campo. “Isso é importante, eu saio com 11 titulares e tenho mais
sete do mesmo nível. Vou fazer as substituições necessárias dentro do que o
jogo vai me exigir”, projeta Egert para o duelo desta manhã.
Wagner Teodoro/ Jornal da Cidade