Misterioso Noroeste

 Jabbour, li hoje (ontem) seu artigo sobre o Noroeste que, realmente, “contraria as leis da natureza”. O nosso Alvirrubro, desde a fundação, vive sob o signo da tragédia, ou seja: em 1953 teve um seu jogador – Carlito – assassinado parece que em Garça. Jogaria futuramente em um “time grande”. Em 1954 foi abalado com a morte do técnico Pepino, em plena concentração, antes de um jogo oficial (contra o Bragantino). Decorridos 4 anos, teve o seu estádio – o Gigante de Madeira – parcialmente destruído por um incêndio. Passou a mandar os seus jogos no campo do BAC, até a inauguração do seu atual complexo esportivo.

Este, por sua vez, certa época teve suas arquibancadas (cobertura) arrancadas por um temporal que provocou grandes despesas para sua recuperação. Mais recentemente – era Damião – morreu em pleno estádio, quando de um jogo frente ao Palmeiras, o dirigente Celso Zinsly. Nos anos 40 um torcedor morreu em plena arquibancada (ataque cardíaco).

Quando de um Torneio Início no Pacaembu, viajou de trem para São Paulo. O trem (vagão) quebrou e precisaram alugar táxis para chegarem ao estádio já trocados, perderam por 3 a 0 e voltaram correndo para a estação (Luz) a fim de pegar o trem para Bauru. Quanto ao episódio Pelé, salientamos que Pelé realmente saiu do Noroeste, onde treinava entre os amadores e profissionais, quando em 1956 foi para o Santos. Aquele jogo na Rua Javari não foi contra o Juventus. Ele jogou pelo juvenil do BAC contra o Flamengo da mesma categoria e venceu por 12 a 1. Pelé naquele jogo marcou 5 gols. Aquela partida foi realizada na preliminar da A.A. de Araraquara contra o América de Rio Preto.

Pelé chegou a jogar, amistosamente, no time profissional do E.C. Noroeste por três vezes. A última foi em Ibitinga, onde o Noroeste venceu por 8 a 0 e Pelé marcou por 5 vezes. Seu pai, Dondinho, vislumbrando um futuro promissor para Pelé, jamais deixou que ele assinasse contrato com o Noroeste. Mas isso quase aconteceu em meados de 1956, porém a vinda de Waldemar de Brito a Bauru, a passeio, provocou a ida dele para Santos, onde treinou, foi contratado e de lá para cá a sua história é contada em prosa e verso no mundo todo. Abraços.
 
Luciano Dias Pires
Carta publicada na Tribuna do Leitor do Jornal da Cidade no dia 23/10/2012

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