HOJE 1º DE SETEMBRO, 102 ANOS DE MUITO"SANGUE, SUOR E LÁGRIMAS"


O glorioso Esporte Clube Noroeste faz anos, mas as comemorações são sempre modestas aqui pelos lados do Alfredão. O time anda capengango pelas tabelas de um campeonato que não vale nada, puro encher de linguiça, mas serviria para testar o elenco que nos levaria novamente para a 1º Divisão do Paulista. Até agora, pouco vimos nesse sentido. Hoje, somos um time sem dívidas, funcionalismo contente, estruturas bem mantidas, equipes de base atuantes, porém um silêncio sepulcral sobre os destinos do time. O trato com a imprensa e com os torcedores é o mínimo necessário, filtra-se pouco das intenções dos dirigentes e mandatários. Ouço muito um: "Ruim com eles, pior sem, pois a cidade não apóia nada e estaríamos hoje como o XV de Jaú, Novorizontino, São Carlense, ou seja, quase no fundo do poço". Será isso mesmo? Veja o basquete que fez e aconteceu, juntou gente interessada em comandar o time e conseguiu um baita de um patrocinador. Sou de uma época em que via o Alfredão cheio de gente para assistir o Norusca e a Panela meia boca no basquete, depois vi o contrário. Queria muito ver os dois locais cheios e disse isso para o Rafael Antonio, o melhor narrador esportivo da rádio bauruense de hoje, atuando em dose tripla, pela sua Jornada Esportiva, pela 87FM e pela Auri-verde. Ele repicou no ar e me respondeu: "Quero também Henrique, mas que os jogos sejam em horários diferentes, dias alternados". Além disso, o que quero mesmo é ver o pessoal da atual administração não jogando tanto dinheiro fora, sabendo usá-lo e valorizando o que esse time tem de melhor, sua torcida. Fazer tudo de costas viradas para a galera e a cidade é burrice. Já pensaram no que seria possível com tudo integrado? Isso que vi até agora com o técnico, bonzinho, inteligente, mas que não conseguia implantar tática nenhuma ao time é algo que não pode continuar acontecendo. Esse time é grande demais, representa muito em todo o interior. O Marcão, nosso técnico de arquibancada, representante dos torcedores no Conselho do clube e dono da loja de discos mais noroestina do planeta me disse na saída do último jogo (derrota para o Marília): "O Noroeste quando vai jogar em outras cidades do interior é como se fosse um time grande. É respeitado, todos querem ganhar da gente, atraímos público, é grandioso a chegada do nosso ônibus nas cidades, mas quando começa o jogo, tudo está se esvaindo". Tá faltando algo que os dirigentes, administradores e o dono (sic) do time ainda não perceberam. É isso que precisamos fazer com que enxerguem. 102 anos não é pouca coisa e não dá para, num casamento, o marido viver distante da esposa. O que precisaremos fazer para abrir a mente desses que estão no comando do Noroeste? Se nós todos queremos o bem do time, por que o distanciamento? Se todos do lado de cá enxergam uma coisa, como é possível só eles enxergarem o contrário? Fatos lamentáveis como a torcida clamando por ser ouvida, como nas fotos aqui postadas, onde o Noroeste acaba virando um Caso de Polícia são lamentáveis sob todos os aspectos. Ninguém quer isso. Nós só queremos a felicidade. Trocar só o técnico e continuar com a mesma mentalidade, medrosa, retranqueira e trabalhando no ocultismo não dá. Por fim, abaixo um texto meu sobre os desmandos de uma forma geral que acometem o futebol brasileiro. Reflexões coletivas são sempre bem vindas.



Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e professor de História (www.mafuadohpa.blogspot.com). 

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