“Foi bom o dia. Não estamos tão sozinhos como imaginávamos
antes”. Essa frase foi dita por Toninho Gimenez, presidente interino do
Noroeste, num misto de alívio e alegria. Ele havia acabado de sair de uma
reunião onde também estavam Otacílio Garmes, assessor jurídico do clube, João
Gonçalves, gerente de futebol, Pedro Poli, presidente do Itabom, e Roger
Barude, secretário de Esportes.
Em pauta, claro, uma possível ajuda para o Noroeste nesse
momento conturbado que o clube passa após a saída inesperada de Damião Garcia
como presidente e investidor.
E a ajuda começou a aparecer. Pedro Poli, que até o ano
passado era o principal mecenas do Bauru Basquete, se sensibilizou com a
situação e pediu essa reunião para ver a melhor forma de ajudar o clube, seja
com dinheiro, seja com alimentação para o clube. Ele ainda não definiu essa ajuda.
Outros empresários também se mobilizaram e começaram a
procurar o clube. “Já temos uma reunião agendada com um grupo de investidores e
empresários para tocar o clube. Tem gente interessado em nos ajudar”, comemorou
Toninho Gimenez.
A mobilização de empresários coincide com a ajuda dos
próprios torcedores. Um dia após o gerente João Gonçalves afirmar que a melhor
forma da torcida ajudar o clube era “dar comida” para manter o time sub-20,
três torcedores levaram comida de fato até a sede do clube.
No total foram nada menos do que 80 quilos de arroz, sete
quilos de macarrão, 22 quilos de feijão e nove litros de óleo para cozinha.
Comida que será estocada com o que o clube já tinha e que daria para mais 20
dias, no máximo.
“Temos que agradecer esse pessoal. Isso sensibilizou os
empresários do setor de alimentação e muitos deles procuraram o clube para
ajudar. Aquela campanha não será mais necessária”, afirmou o gerente de
futebol.
Patrimônio/ E se aos poucos a situação financeira vai se
acertando para o Noroeste, apesar do enxugamento necessário na estrutura do
clube, com relação ao estádio tudo indica que ele passará para a Prefeitura de
Bauru mesmo.
Toninho Gimenez confirmou essa intenção e até garantiu que
na próxima reunião do Conselho Deliberativo do clube, no dia 4 de outubro, o
assunto está na pauta das discussões.
“Teremos essa reunião na próxima semana e o assunto está na ata para ser discutido”, comentou o presidente interino do Noroeste.
É uma forma do Noroeste evitar gastos com IPTU, contas de
energia e água e demais gastos da manutenção do estádio. Algo semelhante ao que
aconteceu com a Arena da Fonte, da Ferroviária de Araraquara.
Ainda na semana que vem deve sair o edital de convocação das
eleições, que deve acontecer daqui duas semanas.
Dinheiro de transferência do volante França foi gasto neste
mês
Uma dúvida foi levantada pelo jornalista Fernando BH, editor
do blog Canhota 10 e colunista do BOM DIA: como o Noroeste pode estar com R$ 12
mil em caixa se neste mês vendeu França para um grupo de investidores?
Isso porque, de acordo com o que o BOM DIA apurou, todo o
dinheiro já foi gasto com as contas e demais gastos - os gastos mensais chegam
a ultrapassar os R$ 400 mil no clube.
Destaque do Noroeste no primeiro semestre, França foi
emprestado para o Coritiba logo após o fim da Série A-2. Ele possuía 10% dos
seus direitos federativos, enquanto que o Noroeste tinha 90%. Entretanto, ainda
em maio, o clube repassou 30% para o grupo de investidores, que pegou os 60%
restantes agora em setembro e o registrou no Mirassol e o emprestou ao Criciúma
para a Série B do Brasileiro.
Ao todo, especula-se que o valor total da transferência
chegue a R$ 1 milhão para os 90% referentes ao clube. Entretanto, o BOM DIA
apurou que o valor não chegou a esse número.
Gustavo Longo/ Bom Dia Bauru