Em 1964, o repórter Valdir Andreo entrevistou o presidente do Comitê Olímpico |
Coisa de meio século atrás, dezenas de cidades que nasceram e cresceram à beira da extinta Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, competiam e se confraternizavam periodicamente num pedaço de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Eram os
Jogos Noroestinos, que, em 1964, foram
realizados justamente na cidade-sede da ferrovia. Bauru exibia, orgulhosa, sua
gigantesca infraestrutura - estação, escritórios, oficinas, etc. - hoje
criminosamente sucateada.
As três
emissoras da cidade cobriram a competição, entre elas a Rádio Auri-Verde, que
escalou o repórter Valdir Andreo, estudante universitário. Ele aparece na foto,
ouvindo, na abertura dos Jogos, o major
Sylvio de Magalhães Padilha (1909-2002), presidente do Comitê Olímpico Brasileiro.
Valdir
Andreo, hoje longe do microfone, professor aposentado, mas jornalista em
atividade, voltou a morar em Bauru, depois de uma longa cidadania - reconhecida com título - em Dracena.
Na história
do rádio esportivo paulista, uma unanimidade:
Mário Morais (1925-1988) foi o maior dos comentaristas. Também o da
crítica mais corrosiva, o que lhe custava uma encrenca atrás da outra.
No comêço
da década de 1960, o Mário também atacava como narrador da TV Tupi. Era um jogo
da Portuguesa de Desportos, e ele não perdoava a irregularidade da Lusa, que
goleava os grandes e, inexplicavelmente, se dobrava diante dos pequenos.
De repente
um pênalti para a Portuguesa. Na cobrança, o corpulento zagueiro Hermínio. Que
demora, porque se benze muito, olha para o alto, buscando a proteção dos céus.
Era demais para a impaciência do Mário Morais
-Chuta logo essa bola rapaz! Você acha que
Jesus Cristo, com tanta coisa importante acontecendo, vai estar sintonizado
logo num jogo da Portuguesa?
Em 1960, excursão da seleção brasileira pelo
Egito. Na foto alguns dos locutores e
comentaristas que fizeram a cobertura: à frente, a partir da esquerda, Leônidas
da Silva e Fiori Gigliotti da Rádio
Panamericana, Waldir Amaral, da Continental do Rio, Edson Leite e Mário Morais,
da Bandeirantes.João F.Tidei de Lima/ Historiador